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A mostrar mensagens de agosto, 2021

Há motivos para acreditar?

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As cidades têm exploração e despotismo, mas é nas cidades que temos liberdade. Aliás, a liberdade é urbana. António Rocha e Costa, Mais Guimarães , 20.04.15   António Amaro das Neves publicou um texto muito interessente sobre os dias de Guimarães; os dias passados, os de hoje e  o que terão que ser os dias que aí vêm. Do seu texto, primeiramente publicado na edição em papel relativa ao mês de agosto do jornal de Guimarães (JdG) e hoje republicada na edução online daquela publicação saída das terras de Trajano, importa começar por olhar para estas palavras: Fernando Távora tinha uma visão para cidade , que classificava como a glória do homem, assente numa ideia que seria o fio condutor do processo de requalificação urbana que traria a Guimarães o reconhecimento como Património da Humanidade . E registar de forma bem vincada esta afirmação: por muito que se afirme o comprometimento com a sustentabilidade ambiental, vertida em discursos voláteis e em candidaturas a cidades verdes e outro

Presente de luxo; e o devir?

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Cidades nas quais as pessoas reportam um elevado nível de confiança social e relações positivas têm também os níveis mais elevados de satisfação. Charles Montgomery, Smartcities , julho 2019 Leio no Diário de Noticias (21.07.12) um texto de Paulo Cunha, presidente de câmara de Vila Nova de Famalicão de onde registo estas palavras: o paradigma urbano das cidades está a mudar, e isso é uma boa notícia para os cidadãos. Os espaços para as pessoas estão a ganhar terreno aos automóveis e a materialização deste modelo via induzir uma nova cultura de fruição do espaço citadino . Como gosto destas palavras! E, parece-me que pela primeira vez, estou em sintonia com o futuro ex-presidente da câmara de Famalicão. Mas, caramba! As palavras e os atos andam sempre tão distantes!  

Estranhos prazeres

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  Temos visto noutras cidades que um grande aumento no número de visitantes pode resultar num aumento dos preços e numa exaustão dos recursos, portanto é crucial que cada cidade tenha preparada uma estratégia sustentável. A cultura é a chave para o fazer. Justine Simons, vereadora da Cultura e Indústrias Criativas de Londres, Público , 19.11.12   Perder-me na cidade? Que bom! Eu quero conhecê-la. Entrar e sair nos seus pequenos recantos, nas suas ruas esquecidas. Sentir os silêncios impulsionados pela agitação e os ruídos entremeados no meio dos sossegos quentes. Que grande emoção! A cidade agitada. E eu à deriva.   O que é que na noite da cidade pertence ao domínio do possível? Os ruídos do quotidiano? Que alteram a cada momento? A cidade do jogo. Está deserta? É mais uma máscara que cai no rasto do voo sobre a cidade. Uma cidade inchada de gente. Há tantos estranhos sonhadores.

testemunhas de angústia

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  há um corpo escondido na cidade ninguém vê. a cidade ignora os silêncios as presenças além de si e dos promotores   uma lufada do campo? certeza absoluta: esta casa recorda que caiu uma estrela numa cidade em efervescência controla os danos da gestão da rábia   há um corpo escondido na cidade ninguém o vê; vive nos silêncios dos engenhosos de tempos novos: ilusão de urbanidade!

como se liberta a poesia?

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  caminhada pela periferia da cidade à sombra do pai; a cidade – vazia – pronta a mudar o nosso medo   guerra de tempos; na carne magoada dos humanos feridos por tantas ausências a liberdade ainda é uma quimera?

cair do cavalo

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  as ruas da minha cidade são inalteráveis alcatroadas – com linhas pintadas estilosas ao jeito do domínio – todas iguais. fonte do imaginário perdido   cheiro a pobre? o segredo está na escrita por onde se cruza a nova realidade: uma realidade em forma de via; de correnteza

clamor do vazio

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  caos generalizado: cidade afogada; clamor no vazio. cidade perdida – cidade assentida cidade sem saída – cidade tóxica uma cidade irracional   cidade que não existe; cidade que perdeu a glória. abalos tectónicos por detrás!

Vamos medir a sustentabilidade II

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  Não podemos resolver a pandemia ou o aquecimento global se não retomarmos a inter-relação ecológica e não olharmos de forma séria para o modelo insustentável de habitar o planeta. Timothy Morton, filósofo do Antropoceno, Ípsilon , 20.05.15   Domingos Bragança, presidente de câmara de Guimarães subiu no “ sobe e desce ” do Jornal de Noticias (20.06.15). E na mesma edição daquele diário Delfim Machado escreve que Guimarães quer travar expansão da “ favela dos ricos ” . E porque sobe Bragança? Porque o autarca vimaranense assumiu publicamente que já era tempo de impor regras na construção que não para de subir a montanha da Penha. Tal como o JN vinca: depois de anos de alerta, a autarquia desenhou um plano de pormenor com regras apertadas para travar a escalada de habitações .   Sendo certo que é uma boa medida, ela já vem tarde , nas palavras de Carlos Coimbra, presidente da junta da freguesia da Costa. Já para Roriz Mendes, da Irmandade da Penha, a vontade é classificar

A cidade é nossa

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  Devolver espaço à cidade significa convidar as pessoas a andar a pé. José Mendes, Smart Cities , 20.01.16     No ano de 2030 está prevista a utilização da bicicleta por parte de 10% da população; ou seja daqui a dez anos. É muito? É pouco? É , seguramente, um passo importante . Desde logo, para acabar com o tormento dos carros nos sítios das pessoas. E então em Portugal, onde segundo dados da Pordata (relativos a 2017) havia 491 número de automóveis existente por cada mil habitantes…   Talvez, por isso, valha a pena olhar com atenção para as palavras de Fernando Nunes da Silva, professor catedrático no Instituo Superior Técnico, Expresso ( Economia ), 20.02.22: Damos demasiada primazia ao automóvel. Vivemos uma situação particular em que partimos para soluções antes de identificarmos objetivos e enquadrá-los .   Não deixará, pois, de ser importante vincar que a cidade é o que cada um faz dela . (Tiago Oliveira, Expresso , 20.02.22)

o futuro na palma da mão

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Cidades para o automóvel são passado. Jornal de Noticias , 20.02.17   Muito mais do que as palavras bonitas ou circunstanciais importa olhar, com toda a atenção, para as realidades dos dias que já s fazem de concretizações; não de promessas vãs: 1. Um estudo de 2017 concluiu que o ruido do tráfego provoca tantas doenças quanto a poluição atmosférica e tem prejudicado a evolução cognitiva das crianças, diz José Manuel Palma, antigo perito da Comissão Europeia para as diretivas do Ambiente e Qualidade do Ar . ( Expresso , 20.02.15) 2. A cidade de Oslo, leio no semanário Expresso (20.02.15), alargou as ciclovias até os carros não terem praticamente como passar . Que bela iniciativa! –“ mais de 700 lugares de estacionamento foram eliminados e a construção de linhas de metro foi acelerada ”.  

Inquietação da semana II

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  A entrada dos supermercados onde o cliente podia depositar as garrafas de plástico é a via de acesso ao templo da religião do plástico . Mal acabámos de depositar no recipiente apropriado uma dúzia de garrafas e embalagens vazias, já estamos a encher o saco de toda a espécie de garrafas e embalagens cheias. Tudo muito bem embrulhado e sobre-embrulhado de plástico.   António Guerreiro, Ípsilon , 21.08.20

Inquietação da semana

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  Como mostra a história das garrafas de plástico * , é uma utopia acreditar que o combate à maior ameaça dos nosso tempos se pode fazer apenas com apelos à boa vontade . Custa dizê-lo, mas a realidade é o que é. Manuel Carvalho, editorial, Público , 21.08.13   * Devolver garrafas em 23 supermercados deixou de dar descontos e entregas caíram 70% , título de uma peça com assinatura de Patrícia Carvalho, na mesma edição do jornal Público .

Mobilidade VI - epílogo

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  Conclusão desta passagem apressada pela mobilidade : É interessante ver como a nossa imobilidade afeta a perceção do tempo. Gonçalo M. Tavares, JL Jornal das letras e ideias , 2 a 15 de junho 2021   Reflexões para ter em cima da mesa dos dias, principalmente nos tempos decisórios.

Falando de mobilidade V

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  A ecovia devolve-nos à harmonia com a natureza, no respeito pela biodiversidade e pela proteção do habitat de todas as espécies. Domingos Bragança, presidente de câmara de Guimarães na apresentação da ecovia do Ave, no dia 12 de janeiro do ano em curso Esta ecovia vai dar uma visão completamente diferente da imagem e da paisagem que estamos habituados a ver. Frederico Meireles, docente da Universidade de Trás-os-Montes, idem   Reflexões para ter em cima da mesa dos dias, principalmente nos tempos decisórios.

Falando de mobilidade IV

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D omingos Bragança, declarava ao jornal Mais Guimarães (20.12.16) que o eixo fundamental (da mobilidade em território vimaranense) será a ligação entre Moreira, Lordelo, a cidade e as Taipas com uma linha dedicada ao longo das nacionais 101 e 105, por metrobus, um autocarro rápido e elétrico. Ah!  toda a mobilidade passará a ser elétrica , pelo que Guimarães dará um salto enorme .   Reflexões para ter em cima da mesa dos dias, principalmente nos tempos decisórios.

Falando de mobilidade III

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A antiga deputada municipal Ana Amélia Guimarães eleita pela CDU tem toda a razão quando afirma que “ a mobilidade é um fator de coesão do território e da qualidade de vida. Volta e meia este problema, ignorado há m ais de 30 anos pela autarquia, volta às páginas dos jornais” . Basta ler a edição do Mais Guimarães (20.01.29).   Pois bem! Não há que duvidar: “ a mobilidade é um fator de coesão do território e da qualidade de vida ”.   Reflexões para ter em cima da mesa dos dias, principalmente nos tempos decisórios.  

Falando de mobilidade II

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  Numa entrevista à edição de dezembro de 2020 ao jornal com sede na vila termal de Caldas das Taipas Reflexo , o atual presidente (e candidato a um novo mandato) de câmara de Guimarães afirmava que “ o que pretendemos é tudo elétrico, metrobus ou tramway, é tudo sem combustíveis fosseis, será uma autêntica revolução na mobilidade e uma referência histórica para Guimarães ”. Reflexões para ter em cima da mesa dos dias, principalmente nos tempos decisórios.

Falando de mobilidade

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  Rogério Mota, num debate organizado pela Associação de Jovens Empresários de Guimarães (AJEG) (in Mais Guimarães , 20.01.13) afirmou que a classe politica e decisora de Guimarães não tem, ainda, visão, rasgo ou coragem para discutir esta solução [sobre o tramaway como possível solução de mobilidade] . E continuou: Não é para adotar no presente nem para implementar em quatro anos, mas o futuro será pela ferrovia . De que vale ter uma ligação entre Guimarães e Braga, se, quando chego aqui, não tenho como me deslocar.   Reflexões para ter em cima da mesa dos dias, principalmente nos tempos decisórios.

vamos medir a sustentabilidade

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como se fosse a minha casa; como se fosse a última noite como se fosse verdade! companheiro   de passeio; companheiro de vida companheiro indispensável! companheiro da melhor liberdade urbana. sim!   resistência a todas as facilidades tentadoras cidade estéril; cidade nervosa em  paralelismos  

Recuperação de Ecossistemas

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O Antropoceno é essa época que teria começado a partir do momento em que o ser humano se teria tornado uma força geológica, uma força geomorfológica, uma força capaz de impulsionar os movimentos fundamentais a partir dos quais se desenha o rosto da Terra. Fréderic Neyrat, filósofo francês, Ípsilon , 18.08.10     De acordo com a Assembleia Geral das Nações Unida s a degradação dos ecossistemas causou um impacto direto no bem-estar de cerca 3,3 mil milhões de pessoas. A pensar nesta situação aquele órgão da ONU declarou 2021-2030 a Década das Nações Unidas para a Recuperação dos Ecossistemas . É uma iniciativa conjunta entre o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) e a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que pretende acelerar a promoção global da recuperação de ecossistemas degradados. E um contributo importante para as metas do combate à perda de biodiversidade, mitigação e adaptação às alterações climáticas e, por esta via, o assegurar, de forma m

As dores violentas que aí vêm

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  Haverá preocupação mais humana senão aquela que teme pelo fim dos dias, não só de si próprio, mas pela aniquilação da sua comunidade ou espécie, consoante os contextos e o tempo histórico? Tomás Sopas Bandeira, 7 Margens , 19.09.30     No desejo – temo que seja apenas um anseio meu – de que possamos, de facto, pensar (e pensar, não, não é fazer de conta que depois da eleição tudo é como sempre foi depois pontos de vista ignorados na eleição) que importa ter na mesinha de cabeceira dos dias violento que nos vão apagar. Definitivamente:   1. Catástrofes naturais; sempre as houve, mas o modo como foi percebido e representado o dilúvio que devastou povoações inteiras, na Alemanha, revela que há hoje uma nova consciência, uma enorme sensibilidade às responsabilidades da ação humana na variação cosmológica em que nos encontramos. António Guerreiro, Ípsilon , 21.07.23 2. Talvez os sobreviventes da próxima Arca de Noé possam levar para o seu recomeço algumas lições desta c

Olhar no Ambiente

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Todos queremos uma casa confortável, dinheiro, independência e liberdade. O problema é quando isso se transforma em algo insaciável enquanto à volta o planeta se vai esvaindo e as coisas válidas e simples, os pássaros, os insetos, o ambiente, vão colapsando . Kevin Shields, guitarrista da banda My Bloody Valentine , Ípsilon , 21.07.30

Má sorte andar na vida

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Não estamos no fim do mundo. Mas talvez um ciclo em que todos os elementos valessem o mesmo, em que o Homem não estivesse acima de nenhum deles. Ana Deus, Ípsilon , 20.04.24   a noite está fria; quase gelada. ninguém circunda na rua. as luzes altas agora são mais brilhantes e, dizem – sem o comprovar (para nos tentar convencer das suas opções menos quentes, mas cheias intenções intensas; politicamente) – mais amigas do ambiente desenham fantasmas no nevoeiro noturno.   ao longe avista-se o movimento de dois vultos. caminham discretos e muito certinhos na minha direção vamos cruzar-nos a noite está fria; quase gelada. dois corpos serenos cruzam-se. e o frio morre na solidão da ausência de futuro   estou a estranhar o ambiente. não ouço vozes. não vejo ninguém. terei entrado no sítio errado?   ambiente de absoluta decadência…

Fim de linha

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No plano das responsabilidades políticas assiste-se a uma situação paradoxal: por um lado celebram-se os novos avanços na descarbonização, por outro nada se faz e diz para que se forme uma verdadeira consciência nacional. Que corresponda ao “ estado de emergência climática ”. José Gil, Expresso , 20.02.22   Uma sondagem revelada ontem , escreve Leonte Botelho no jornal Público (20.06.12), mostra que os cidadãos europeus não querem regressar às cidades entupidas de carros nem aos níveis de pré-pandemia . Na peça – Europeus não querem cidades entupidas de carros, nem a poluição pré-pandemia – a jornalista salienta que uma grande maioria está disposta a fazer mudanças na mobilidade urbana , como abrir espaço público para formas mais limpas de transporte e carros poluentes de entrar nas cidades .   Mas será que, na prática, ou melhor, na ação politica, sentiremos as mudanças que se impõem? Quem, em Portugal, ainda para mais em ano eleitoral, ‘ousa’ fazer o que o que Miguel

Olhar da semana

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Ninguém se pode arrojar o direito de ter metros e metros quadrados de rua. Se lhe apetecer comprar três carros, quanto espaço ocupam? O espaço público é escasso, e deve ser para as pessoas. .Miguel Anxo Lors, alcaide de Pontevedra, Público, 21.08.02

Guimarães ao mais alto nível

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Os palavrões afetivos são domínio esplendoroso do linguajar vimaranense . Não é possível entender o abençoado da terra de Guimarães sem acudir ao garrido com que ali se definem sentimentos. Valter Hugo Mãe, in Contra mim