Putin só tem uma preocupação na vida, que é manter-se no poder. Os líderes europeus ainda acreditam que podem negociar com ele, mas Putin é uma causa perdida.
Garry Kasparov, Público, 14.03.18
Escreve Henrique Monteiro (Expresso, 14.03.22) que “há uma mãe Rússia em nome da qual todas as barbaridades se podem cometer. Esta espécie de impunidade abençoada levou, como sabemos, às mais extremas soluções – ali começaram os progroms (palavra russa) – entre os quais o da população tártara da Crimeia que ficou reduzida a metade por ação de Estaline”.
Esta ideia – tantas e tantas vezes esquecida ou intencionalmente ignorada por todos os responsáveis políticos a ocidente ou a oriente – que Henrique Monteiro nos traz à memória é muito séria. E tem que tirar o sono; pelo menos aos ocidentais.
Não se pode, de forma alguma, dar razão ao antigo campeão mundial de xadrez Garry Kasparov (Público, 14.03.18): “o ocidente não tem determinação suficiente para se opor à agressão [na Crimeia] e nem sabe muito bem o que fazer, uma vez que ainda está a falar numa solução diplomática. Mas qual solução diplomática? Não se negoceia com terroristas”.
Ou será que o ocidente e o oportunismo dos seus dirigentes só quando se mexe no comodismo instalado ou nas necessidades de ao pé da porta, se faz alguma ondulação?
Pouca agitação, é certo! Mas acalmar os mercados, certamente.
Repare-se nestas palavras de Manuel Tavares, diretor do Jornal de Noticias (14.03.22): “talvez valha a pena registar com alguma desconfiança que não fora a anexação da Crimeia e muito provavelmente a população da União Europeia passaria pelas próximas eleições sem alguma vez se chamara ao debate sobre a dependência energética do exterior”.
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