A boa sociedade acreditava em Deus para não falar d’Ele. Como a religião parecia tolerante. Jean-Paul Sartre, in As palavras A noite agita-se; tanto. A cama fica pequena para um corpo ansioso; em alvoroço. Sonho; sonho que estou descendo da Penha – que montanha celeste, esta! – e ouço, mesmo à minha frente, uma manifestação barulhenta que sobe a montanha. Muita gente jovem; tantos jovens com palavras de ordem em defesa da natureza e do verde em harmonia pela encosta. E contra o abuso construtivo nas entranhas da natureza. Tão verde e sagrada! Na frente do cortejo dois jovens, educada e serenamente, pedem-me para encostar mais à parede – ainda distante do grosso da manifestação. Encosto-me, seguindo, a preceito, o pedido e fico – feliz –, a observar toda aquela energia que berra contra o apocalipse, lá mais no alto. Mesmo à distância de um olhar sereno, sensato e verdadeiro. Míope? Não. Dali vê-se o que a luz da planície tenta esconder. Caramba! Os jovens têm perspicácias p