quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

maldição dos que choram



sim! “a rua trazia saudades”!; ideia declarada
vincada da tua noção de cidade; tantas ilusões
esboroando-se, não é? – extensão curta
de solidariedade; tão vaidosa
(só para o ecrã ou microfone)! –
quando a nossa rua mudava saudades e víamos
tudo estampado nos desejos do papel –
cada vez mais amarelecido!

a rua – a nossa rua fria e distante; quebrada
pela doçura de nós – perde-se
no tempo; de casa, de nós, do mundo.

perguntei ao tempo e o tempo disse: rasga
todos os jornais e livros guardados na tua estante; a rua
morreu.


a maldição nunca chora!

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