Eu sabia que, também por cá se agitavam ventos diferentes; eu sabia que por cá já andava há muito tempo gente a contar espingardas, inclusive quem já tivesse a contagem completa na mão; pronta a entregar na primeira bandeja promocional que se vende, não como o primeiro prato de lentilhas, mas na primeira tranche para continuar sem fazer nada na agitação dos dias, desde que a bajulação seja completa.
Sabia mas não valorizava. Pela simples razão de que há festins que nunca são a minha festa preferida.
O café está sempre tão saboroso e a companhia dos meus amigos é bem mais importante do que todas as vaidades, que nem sempre valorizei as palavras dos meus amigos!
(É claro que os meus amigos continuam a ser meus amigos – era o que faltava se aqueles com quem me sento na mesma mesa, ainda que para um simples café, não fossem meus amigos, pessoas que fazem da integridade e da transparência o seu dia-a-dia!)
O que não quer dizer que não tenha que dar a mão à palmatória e passar a olhar com outro olhar tudo o que me rodeia. Sim, sim, também por cá! Onde também há quem diga de véspera o que nega (aos microfones) na manhã seguinte; onde também há quem sempre vestiu o balandrau de vénias bajuladoras, ornamentado com cores muito enviesadas.
E olhar de forma diferente implica, quase sempre, agir de forma diferente!
Nunca me arrependi das mudanças que vou fazendo ao longo do meu caminho. Felizmente!
De uma coisa tenho que me convencer já: tenho que consultar imediatamente o meu oftalmologista.
E, pelo que vou sentido, não tarda, terei que procurar um otorrinolaringologista.
Sob pena de ter que mudar de ares.
Ou não! Talvez se ficar onde sempre estive, isto é, de coração aberto ao bailado dos corpos, não tenha necessidade de falir nenhuma distância ou ficar refém no campo aberto da bajulação.
Confuso este texto?
Amanhã direi.
O café continua sempre tão saboroso e a companhia dos meus amigos é bem mais importante do que todas as vaidades que nem sempre valorizarei as palavras que vou ouvindo por aí!