sábado, 31 de julho de 2021

Pontos quentes ou pontos de partida?

 


Há um Orbán escondido em cada esquina do poder.

Francisco Louçã, Expresso (Economia), 20.04.25

 

José Maria Pires – que integra o Movimento Cultural Terras de Miranda – é um funcionário público do meu país. Mais exatamente do Fisco; aquela ‘coisa’ que todos odiamos.

Agora, o senhor funcionário público cujo patrão é o estado português “fica em vigilância” na sua ação profissional, no seu papel de prestador de serviço ao seu ´patrão’; pelos vistos um patrão arreliado. E arreliador.

 

Coisa estranha, não é?

Será por a Autoridade Tributária do patrão estado português ter denunciado a “alegada ilegalidade na isenção de impostos nas barragens da EDP”?

Não sei! Gostava de saber; como, estou certo, a maioria dos portugueses.

Mas não deixa de ser muito estranho. Ainda para mais depois de Helena Borges, diretora-geral da Autoridade Tributária, ter dito, logo no início do mês de julho, no parlamento – ou seja, o sítio onde a democracia devia estar ao mais alto nível! – que a participação de José Maria Pires no movimento cultural Terras de Miranda se  enquadra no “exercício de direitos, liberdade e garantias” previsto na Constituição do Estado português.


quinta-feira, 29 de julho de 2021

Estratégias de dissimulação

Não está certo. Uma pessoa vira as costas e, de repente, faltam 213.286 portugueses. E, logo por azar, nos sectores que fazem mais falta.

Miguel Esteves Cardoso, Público, 21.07.29

 

Primeira leitura aos Censos 2021, muito a quente: o centralismo saiu reforçado em Portugal.

E o perigo de políticas centralistas, nós, os de fora de Lisboa, bem sabemos quais são.

 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Olhar da semana


 Foto: Global Imagens

O PSD votou contra o ato que marcou a criação do Serviço Nacional de Saúde, ou seja, a sua fundação. Portanto, a frase de Adão e Silva é falsa.

Marta Moitinho de Oliveira, Público, 21.07.24


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Pergunta(s) da semana


 foto: ps.parlamento.pt


Pergunta, desesperado, Augusto Santos Silva: “como é que faço para sair do governo?"

Responde-lhe Ana Catarina Mendes:sair? Estou há tanto tempo para entrar e ainda não aprendi…

Apanhado, Tal & Qual, 21.07.21

sábado, 24 de julho de 2021

o limite e o risco


 

nos poemas trágicos matamos os sonhos

permanecemos. nos pesadelos – epidemia silenciosa.

temos que voltar a descobrir o silêncio!


esquecer 

os encantos da esquizofrenia.

somos divergências ou trocamos

todas as noites de esperança?

quinta-feira, 22 de julho de 2021

olhar da semana


Quando se fala do perigo de entregar a política a ideologias totalitárias, não se tem em conta o perigo não menor de entregar a política aos economistas. Os números do PIB não esgotam a realidade das sociedades e dos homens.

Luís Castro Mendes, Diário de Noticias, 21.07.20

terça-feira, 20 de julho de 2021

Experiência da ruína


 
Já não é somente uma “pirralha” a anunciar o fim do mundo e a dizer que a “casa está a arder”. Agora, é também o Secretário-Geral das Nações Unidas que vem perguntar se queremos ser lembrados como a geração que enterrou a cabeça na areia enquanto o planeta ardia. 

José Cunha, reflexodigital, 19.12.12

 

Reflexões dispersas sobre as duras realidades dos dias que nos vão matando:

1. Segundo um estudo – ver Expresso (Economia), 21.07.16 –, a covid reduziu o consumo de energia fóssil e fez cair as emissões de CO2, mostrando que os impactos deste vírus podem – e devem – servir para ensinar ao mundo aquilo que pode ser, conforme escreve Ana Baptista.

 

2. As empresas mais responsáveis por emissões continuam a ser financiadas pelos programas europeus e protegidas pelos seus governos, no transporte ou na energia, escrevia na mesma edição Francisco Louçã.

 

3. No dia anterior o diretor do jornal Público, escrevia no seu texto de editorial que quanto mais sabemos sobre a dimensão da crise climática, quanto mais reconhecemos que é precisa uma revolução na economia e nos hábitos quotidianos para evitar a catástrofe que se anuncia, mais constatamos que o que nos espera não será feito sem turbulência política, sem choques sociais e sem ameaças à sustentabilidade do atual modelo económico.

 

4. E quando acordaremos nós para estas realidades?

Ou será que já estamos suficientemente anestesiados para continuarmos a fazer de conta que há um outro planeta para vivermos?


segunda-feira, 19 de julho de 2021

Por cima do vazio

Faz mal ir à cidade. Venho de lá exaurido. Amarrotado. Basta-me um par de horas nessa terra de ninguém e já estou pelos cabelos com as ruas atravancadas de carros.

Jorge Morais, Tal & Qual, 21.06.30

 

Este mundo é muito ingrato…

Sem dúvida! E depois há uns ingratos que o poem ainda mais ingrato.

É, não é?!

Olha para a nossa cidade e para as coisas lindas que vão surgindo, mas que estão a ser postas em causa por atitudes irresponsáveis.

Como por exemplo?

Já pensastes se haverá alguma razão para que tanta gente desça nos seus carros a rua da Caldeiroa, em sentido proibido, e nos obrigue a saltar contra os carros que saem do estacionamento de Camões?

É aquela rua onde o novo passeio virou local de estacionamento; mesmo ao lado do parque de Camões?

 

sábado, 17 de julho de 2021

Euforia e desencanto

Nunca na história moderna houve empresas tão poderosas e nunca as empresas mais poderosas foram as de comunicação, o significa que eles desenham o poder.

Francisco Louçã, Expresso, 20.08.04

 

Na televisão ninguém te pede que cantes; faças ou não de conta!

O que importa para a televisão é a parvoíce que transmites; sem esforço e convencido de que és uma estrela.

E quanto maior for essa parvoíce melhor!

A televisão, a TV é agora – nestes dias cada vez mais vazios e frios –, apenas, cifrões (ou euros) e parvoíces.

Não é?

Então o que é hoje a TV?

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

em absoluta liberdade

não há pensamentos neutros; delícias

metodizadas enganam a razão; os pensamentos 

humidificam a negação do passado; escondem

privilégios ocultos. espantam-me as cores

 

da vingança e o silêncio

das mulheres em cima da tempestade.

 

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Preocupação da semana

imagem: portaldiplomatico.mne.gov.pt

A Europa está rapidamente a chegar ao momento em que tem mesmo de escolher entre as diferentes “visões” que nela se confrontam.

Manuel Carvalho, editorial, Público, 21.07.06

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Misturas explosivas


 foto: opiniao-publica.pt

As teorias da conspiração vêm do mesmo lugar que a religião, toda a gente gosta de sentir que alguém, está a guiar o autocarro.

Dan Brown, E, 20.09.26

 

Em Famalicão, o padre Manuel Joaquim “abençoou; via facebook, a candidatura do PSD/CDS à freguesia de Ribeirão. O interventivo cura usou aquela rede social para anunciar ao mundo a sessão de lançamento da candidatura de Leonel Rocha, não fosse algum paroquiano esquecer-se, pode ler-se na edição do passado dia 7 do semanário Tal & Qual.

 

Será por isso que há cada vez menos paroquianos dispostos a ouvir as palavras parvas de certos curas?


terça-feira, 13 de julho de 2021

Olhar da semana

foto: pressminho.pt

Rui Rio ainda não percebeu que ninguém em seu juízo votará nele para primeiro-ministro, e ainda não percebeu que Costa percebeu isto há muito tempo.

Clara Ferreira Alves, E, 21.07.08


 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Guerra antiga

Quando se é pequeno ainda não existe dimensão para o entender, mas o sofrimento alheio atrai pelo lado dramático: como num filme.

Rui Vítor Costa, O Comércio de Guimarães, 20.03.11

 

Ao ler O som e a fúria, de Wlliam Faulkner chorei. Pela simples razão de que ainda não fui capaz de apagar da memória palavras como estas: “quando um homem trabalha o dia todo gosta de se ver rodeado pela família à hora da ceia”.

Parece que estou a ouvir o pai.

É verdade que a hora da (nossa) ceia era bem cedo; o pai tinha que conquistar o monte de Currelos, puxando a bicicleta, a velha pasteleira.

Para estar, na hora certa, no sítio certo.



 

sábado, 10 de julho de 2021

estranhos movimentos


 o homem no seu labirinto: encontro branco

na tempestade perfeita dos dias


o homem no seu labirinto; novo herói 

do século vinte e um

continua, na realidade, perdido

 

no seu labirinto; labirinto

sem cor e sem sinais de esperança.

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Vida sem futuro

O vazio da sociedade, sobretudo o vazio da ausência de valores, é (ou deveria ser) o mais ensurdecedor dos ruídos.

Rui Vieira Nery, E, 19.03.16

 

Cenas de esplanadas em tempos ainda pouco libertos:

os papás agarrados – de forma felina, na verdade! – ao telemóvel; os filhos – dois putos giros e plenos de vida –, brincando com a caixa dos guardanapos de papel.

O pai levanta os olhos e berra: eu mando-vos lá para dentro.

Os filhos, rapaz e menina, olham os pais e param.

Os pais voltam aos telemóveis e os putos deliram e riem.

 

Os tempos são diferentes, não são?

 

quinta-feira, 8 de julho de 2021

olhar da semana


Quando a orientação sexual mata talvez seja altura da sociedade parar e avaliar os seus valores, as suas prioridades, os seus medos, de sair em busca da humanidade perdida.

Carla Rodrigues, Igreja Viva, 21.07.08

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Harmonia desordenada

Todos nós, enquanto indivíduos, respondemos aos ambientes em que nos encontramos.

Charles Montgomery *, Smartcities, julho 2019

 

Outra das coisas que não entendo e que vejo logo pelas sete horas da manhã é o ruído e a poeira que uns aspiradores que a mesma Vitrus utiliza para limpar os jardins.

Ali na alameda S. Dâmaso é tremendo o barulho e a poeira no ar!

E depois sejamos realistas, o que polui mais as folhas que antigamente erram varridas ou os gases libertados por aqueles aspiradores? Ou serão bufões?

 

domingo, 4 de julho de 2021

Vias sem rumo

Há uma certa ideia de ver as cidades pelo património grandioso, as ruas, os monumentos, os jardins. Mas há também os pormenores [que] fazem a diferença.

Helder Pacheco, in Público, 20.11.06

 

Na rua da Liberdade, mas principalmente, na viela de Trás Gaia, há sempre carros fora do sítio. A estorvar as pessoas que passam e as que trabalham.

Não é a primeira vez que vejo a viatura de recolha do lixo da Vitrus ficar preso ali em Trás Gaia. Perdão, preso, não, porque ele não sai da rua da Liberdade, mas a deixar lixo por recolher porque há sempre um veículo atravessado que impede a passagem dos trabalhadores da recolha. E isto é quase diário.

E passo por ali, manhã bem cedo; podendo ver estas e muitas outras anomalias no espaço público.

Mas, enfim, é o civismo que nos emoldura como os melhores!

Tretas!

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Olhar (local) da semana


 

Os vimaranenses são assim. Um amor incondicional à sua terra que Jorge Sampaio, de forma feliz, cunhou como um “patriotismo de cidade”. O atual Presidente da República, quando confrontado com a expressão, confirmou a felicidade da definição.

José João Torrinha, Mais Guimarães, 21.06.30

olhando a cidade III

  O que ainda falta em Portugal é a presença vegetal. As cidades são muito cinzentas , especialmente na periferia. Sónia Lavadinho, consulto...