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A mostrar mensagens de novembro, 2020

certa graça ao discurso

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dou à ignição. o carro arranca; funcionou percebo que o veículo, como eu, já não tem a mesma aceleração. o tempo é tremendo! para os corpos; metálicos ou não! depois – como sempre – aquele corpo velho feito lata velha ruge; mas fica tão feliz!   sigo; sei lá por onde! mas sigo depois o veiculo vestido com umas dezenas de anos menos que o meu corpo acende a luz; vai dizendo que está no fim; as luzes são laranja. as minhas não têm cor; entram nos exames de rotina, até quando?  

Olhar da semana

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Rio aqueceu o ovo da serpente. Ou o PSD se vê livre de Rio, ou Rio tentará ver-se livre do histórico PSD e erguerá um partido à sua imagem e semelhança, um partido instrumental e sem princípios, um partido antidemocrático e caudilhista . Clara Ferreira Alves, E , 20.11.20

Heróis de verdade

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  Parar de pensar em alternativas é que é mau. Hiroshi Ishss, Público , 19.12.31   Há ironias e ironias! Gosto; sempre gostei da ironia. Nos tempos que correm violentamente castradores da liberdade, movimentação das pessoas – por necessidade de sobrevivência ou simplesmente para mudar de ares – e de criação, não deixa de ser irónico que duas pessoas nascidas num país, agora, cada vez mais castrador de liberdades, sejam heróis num país grande e aberto ao acolhimento. Sim!, estou a olhar para o casal de médicos turcos, que cedo se deslocou para a Alemanha – os dois integram a maior comunidade imigrante daquele país – Özlem Türeci e Ugur Salim, que fundou a BioNTech e que – roubando o título ao semanário Expresso , revista E (20.11.20) – “ eles vão vacinar o mundo ”. Haverá ironia mais perfeita para os dias chauvinistas que atravessam o continente europeu?

agarrar o tempo

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encontro-te noutro retrato? – aparente leveza! e nós? podes explicar-me o escopo dessa penumbra na parede? faz de mim a tua melhor visão; o desejo   alimenta-se em retratos reais – não aceleres o sulco de mais uma ilusão; com a memória da ausência a saltar entre as mãos! sabes   a tecnologia está a assassinar as ligações humanas. sabes, pois sabes?  

Realidade agressiva

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Cobrar mais lixo a quem toma mais banho é tão fácil quanto injusto , gera receitas, mas não, pelo que se vê, grandes protestos por parte dos cidadãos que não interiorizaram a injustiça porque nunca lhe foi devidamente explicado que, num sistema otimizado, talvez pudessem pagar muito pouco, uma ninharia, pelo tratamento de resíduos sólidos . Abel Coentrão, Público , 20.11.20  

Atender às exigências

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Ser político implica falar com as pessoas, ouvi-las e tentar suprir as suas necessidades. António Rodrigues, Público, 20.10.23   1. Faz parte do ciclo normal da atividade politica local incluir no discurso programático a urgência de uma ligação ferroviária entre Guimarães e Braga. Nem sempre este discurso ou necessidade teve a correspondência das diferentes forças partidárias , escreve o antigo vereador eleito pela CDU na câmara de Guimarães Torcato Ribeiro ( reflexodigital , 20.10.29). Ontem como hoje o discurso repete-se e não ata nem desata esta sempre adiada ligação.   2. No final do século XIX e primeiros anos do século XX os projetos de ferrovia – que ligariam as sempre beligerantes cidades de Guimarães e Braga – eram como os cogumelos. Hoje os cogumelos têm sabores controlados e mais esmerados e são um grande negócio, mas também uma bela iguaria. Esperemos, pois, caro Torcato que não tenhas razão; uma lógica pouco coerente por quem procura alinhar desejos à posterio

Batalha antiga

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Talvez se possa dizer que a retórica é uma expressão do óbvio. E a boa escrita nunca pode ser óbvia. Adam Zagajeaski, Expresso , 18.07.21   O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes – que nunca falou numa ligação em metro entre as cidades de Guimarães e Braga porque “ em linha reta, há para aí 17 quilómetros ” a separá-las “ e, desses nove ou dez são o Sameiro ”, diz –só admite aproximar as duas principais cidades de entre o Ave e o Cávado por BRT, como escreve Delfim Machado na peça que assina na edição do passado dia 18 no Jornal de Noticias . O pior, pode ler-se também no texto do JN – Estudo vai definir como Guimarães e Braga se vão ligar , é o título da peça – é que o senhor ministro não se compromete com tal ligação (por BRT – o “ chamado metrobus ”, autocarro em via dedicada).   O que Matos Fernandes assume é o “ desenvolvimento de um sistema BRT apenas para cada cidade ”. E isso é uma solução mais de ao pé da porta, muito longe de uma solução de futuro na mobi

Esperar todos os dias cansa

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Subtilezas semânticas de uma vírgula pode ser um assunto tão interessante como a Cristandade, sobretudo se partirmos do princípio que o bom Deus – e não o Diabo – está nos detalhes. António Guerreiro, Ípsilon , 19.07.11   Guimarães não vai ficar fora da alta velocidade , defendeu o deputado socialista eleito pelo círculo eleitoral de Braga Luís Soares na Assembleia da República, no decurso do debate da especialidade do Orçamento de Estado para o próximo ano.   Assim o espero e, não duvido, também os vimaranenses. Mas as dúvidas são mais do que muitas.

evidência da existência

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não; não somos todos lideres; natos! ao nosso redor tudo é uma tremenda trapalhada – até nas redes sociais! que não dominamos; não somos lideres. não! nem todos  vivemos  próximos da montanha!   a maioria de nós vive nas dores intensas dos dias não continua a fazer de conta de que tudo acontece como na escola primária. o tempo passa apressado; esmaga! não se compadece das palavras mansinhas de circunstância.   não; não somos todos somos lideres; natos!

Canções de liberdade II

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A tragédia devolve-nos a verdadeira liberdade, um lugar onde podemos decidir entre o bem e o mal. Angélica Liddell, E , 17.09.24   As diferenças do final de semana costumam ser substanciais; pelo menos no que à rotina e labuta diárias diz respeito. Senti e vivi, nos dois últimos fins de semanas uma diferença acentuada no que a esta afirmação diz respeito. Duas manhãs de música, de uma música que ganhou corpo, propagação e asas a partir das noites intensas não é coisa habitual. Por isso o espanto lindo de José Nobre: nunca esperei dizer bom dia no Guimarães Jazz!   Jazz de manhã? Foi estranho, mas depois das luzes se apagarem só a música deu vida a este alienígena modo de vida que é o confinamento por via de um ser microscópico e o ter que recolher ao nosso recanto.   Em suma, duas manhãs de cultura, na minha cidade. A seguir virão mais manhãs de cultura, na minha cidade. Com música, reflexão e participação. Mas – vinco, a música; sempre – a música a dirigir os anseios de espírito e do

canções de liberdade

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Foto: José Paulo Lopes ( ComUM ) ouvir jazz no desadormecer; mesmo ao destruir dos silêncios mais claros revelou-se uma cena fixe; a música inalterável; excecional e o silêncio da plateia – religioso!   o palco em cores e sons fortes como os sons da noite a música; o jazz guimarães continua estranha; que bom!   som e mais som que se entranha logo pela manhã. o palco em cores e sons fortes como os sons da noite.

Liberdade e preconceito

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O poder político funciona muito com base em duas coisas. No voto popular, ou seja, agradar à maioria, e nos favores ao poder económico. Adolfo Luxúria Canibal, Ípsilon , 19.09.27   Será mesmo verdade que o gabinete de apoio à presidência da câmara municipal de Vila Nova de Famalicão exerceu pressão sobre um jornal local? A acreditar no Jornal de Famalicão – o jornal mais antigo de Famalicão – terão existido “ telefonemazinhos intimidatórios ” por parte daquele gabinete municipal, uma situação que, diz aquele jornal, “ é um hábito ” “ há mais de uma década ”. Por outro lado, e segundo o responsável pelo gabinete municipal famalicense, “ é completamente falso que tenha existido qualquer tentativa de censura ”. Pronto! Os telefonemas, que se saiba, nunca fazem censura, mas chateiam. E impedem – tudo fazem, na verdade – um trabalho sério. Ponderado e isento. O resto, sabemos bem como há proximidades, pressões e encontros à volta de uma boa mesa que limitam o bom desempenho d

Aventura gélida

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Se quisermos tirar partido da vida, é bom ouvir quem já viveu. Miguel Esteves Cardoso, Público , 20.11.10   1. O que quererá dizer o atual líder vimaranense do PSD quando fala de “ unidade vimaranense politica ”? Confesso que não sou capaz de entender. Sim!, percebo – todos vimaranenses percebem – que os tempos pandémicos que vivemos exigem de todos nós serenidade e unidade; caso contrário a luta contra um inimigo comum e altamente perigoso não terá sucesso. Mas unidade politica, não! Não percebo.   2. Recuando no tempo encontrei algo parecido com o desafio do presidente da Comissão Politica do PSD vimaranense. Foi “um contrato com os vimaranenses”, no ano de 2013. Era um contrato que pretendia “repensar Guimarães” que, como se viu, os vimaranenses ignoraram. Recuei ainda mais no calendário e achei um slogan quase, quase a desmentir a ideia de unidade – “ mudar de vida já !” –, num desafio provocador: para quê mais quatro anos? Só que já em 2009, o PSD não colheu as

Gestos mínimos

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Hoje zanguei-me com um padeiro. O círculo está completo. A minha passagem para o inferno está garantida. Miguel Esteves Cardoso, Público , 20.11.06   O diretor do jornal Público escreve em editorial (edição do passado dia 12) que o PS sobe por vezes tão alto na propaganda da sua superioridade moral que arrisca estatelar-se com estrondo. Ontem aconteceu . Fiquei intrigado. Mas, continuando a leitura do jornal, percebi: Não sou fofinho com os tiranos , tinha afirmado no dia anterior o ministro Santos Silva, na Assembleia da República. Pois!