Talvez se possa dizer que a retórica é uma expressão do óbvio. E a boa escrita nunca pode ser óbvia.
Adam Zagajeaski, Expresso, 18.07.21
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes – que nunca falou numa ligação em metro entre as cidades de Guimarães e Braga porque “em linha reta, há para aí 17 quilómetros” a separá-las “e, desses nove ou dez são o Sameiro”, diz –só admite aproximar as duas principais cidades de entre o Ave e o Cávado por BRT, como escreve Delfim Machado na peça que assina na edição do passado dia 18 no Jornal de Noticias. O pior, pode ler-se também no texto do JN – Estudo vai definir como Guimarães e Braga se vão ligar, é o título da peça – é que o senhor ministro não se compromete com tal ligação (por BRT – o “chamado metrobus”, autocarro em via dedicada).
O que Matos
Fernandes assume é o “desenvolvimento de um sistema BRT apenas
para cada cidade”. E isso é uma solução mais de ao pé da
porta, muito longe de uma solução de futuro na mobilidade entre centros urbanos de referência.
Ou seja, não há nenhum compromisso do governo do senhor Costa numa ligação não poluente entre Guimarães e Braga. Se havia dúvidas sobre essa ligação, o melhor é não vender o automóvel; mesmo que seja movido a motor diesel.
Para poluir já
basta a conversa de promessas sem fim; nunca cumpridas.
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