Lancei ao
mar um madeiro
Espetei-lhe
um pau e um lençol
António
Gedeão, in Poemas escolhidos
![]() |
Rio Ave, em S. João de Ponte |
Este texto
abre janelas sobre uma realidade que deve preocupar os vimaranenses, não fecha
nenhuma porta da discussão e reflexão e é capaz de caraterizar muito bem a
realidade rio Ave. Enquadra de forma correta o que se fez e faz na região, uma
região vestida de uma “forte componente industrial” e “agrícola
e pecuária caraterizada essencialmente pelo minifúndio” que esteve demasiado
tempo “de costas voltadas para a sua maior riqueza, a água”.
O Plano de
Ação para o combate à “poluição no rio Ave, através de uma ação eficiente e
concertada das entidades competentes e com um ação vigilante e consequente de
todos”, tem, infelizmente, um pormenor que não faz dele um plano quase perfeito:
é muito institucional. Esquece quem conhece – não apenas agora que está na moda
– as realidades. Sei muito bem que o seu principal autor consultou muita gente;
conversou com quem sabe o que é a poluição na região, mas era importante, pelo menos citar, entidades que fazem do dia-a-dia a sua ação. Não; não é só os cidadãos que
“devem assumir uma atitude cívica perante o ambiente, de respeito perante a sociedade
e de solidariedade perante os outros”! claro que é muito importante, mas há
associações, sei lá!, tipo Quercus (Braga), Ave (Guimarães) ou ADAPTA (Trofa) que
vivem de perto realidades para além das luzes da ribalta.
Fora isso
o documento, pelas pistas (que nos trazem aos dias de hoje) e pelos caminhos
(que nos levarão, estou certo!, ao futuro) é um bom documento. E tem uma
vantagem que não é como nos textos oficiais de entidades públicas; aponta as
dores, mostra remédios e indica como as operações têm que ser feitas; no sítio
certo.
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