Estamos a usar a cultura como uma forma de melhorar a vida dos jovens. Estamos a usá-la também na regeneração urbana – quando novos grandes projetos urbanísticos são lançados, a cultura tem que fazer parte.
Justine Simons, vereadora da Cultura e Indústrias Criativas de Londres, Público, 19.11.12
o pai e eu
sentados na esplanada ao fim de tarde. sem nada para dizer um ao outro. sem
nenhum olhar para trocar. estamos distantes? não;
quando estamos cansados ou com
vontade de afogar a agressividade dos estupores dos dirigentes,
é só um fim de
tarde. muito calmo…
(não
é pai, é coisa que se perde nos dias parvos e brancos que nos levam)
porquê este
confinamento cego?
leste as
palavras de José Ornelas, presidente da conferência episcopal portuguesa (7margens,
20.11.27 sobre o futuro de todos nós?
não;
pede
ao Tiago que me traga um copo de água. para acalmar a separação que vai
crescendo entre o velho e o novo, entre a realidade boa e as realidades
assustadoras que por aí circulam.
os
olhos do pai são transparentes, de uma transparência que leva à ausência da
cor. olhemos as palavras do líder católico português que mais tem agitado as
águas do comodismo:
Essas
atividades [culturais] são altamente penalizadas, mas são fundamentais para sairmos
da crise com uma sociedade bem organizada.
e acrescenta: No
campo da cultura nem tudo pode ser feito à distância, o público faz parte da
própria festa. O público faz falta. Tem de ser a sociedade no seu conjunto a
dar a mão aos artistas.
de frente, mesmo
na diagonal dos olhos azuis do pai, está uma moça linda; toca
o telefone no
meu bolso esquerdo
a diferença
entre a calma de agosto e o início da agitação de setembro mede-se no movimento
de automóveis na rua.
e
a cidade torna-se mais fluida. Vivendo à vez, em distanciamentos parvos e
segregadores. E a segregação é fria. E mata com tanta solidão
outra certeza
pai:
o
chefe do governo não sabe do que fala; está sempre a sair da cidade sitiada….
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