Que saudades tenho desses tempos, mas também dos eventos culturais que o Vila Flor ou a Plataforma das Artes, nos “serviam” semana a semana e que agora estão suspensos, não podendo ser entregues ao domicílio, via “Ubereats” ou outra plataforma similar.
António Rocha e Costa, Mais Guimarães, 20.04.15
Li, por entre os
dias duros na mão do monstro feito vírus destruidor de corpos, pessoas,
famílias, amizades empregos e futuros que “Guimarães ultrapassa a média nacional com um
aumento de 62 por cento na cultura”, título da peça que o Joaquim
Martins Fernandes assina na edição do dia 4 de abril do jornal bracarense Diário
do Minho.
O que o
jornalista escreve no diário bracarense não me surpreende rigorosamente nada.
Por muitas razões e uma delas o jornalista aponta-a: “Guimarães conquistou”
entre os anos de 2010 (antes da CEC 2012, vinque-se, porque há uma tendência
mórbida em esquecer este dado muito, muito importante) e 2018, “uma
maior independência financeira face ao poder central que se expressou numa
descida de 55,3 para 45,7 % das transferências do Estado no orçamento municipal”.
Duas notas,
antes de avançar: para quem tem dúvidas de que o estado central se borrifa para
quem paga impostos e alimenta as vaidades centralistas, houve uma diminuição
nas transferências do estado central para Guimarães; para a cultura que
acontece em Guimarães. A segunda nota: Guimarães sempre soube o que as suas gentes,
os cidadãos, os fazedores de realidades lindas no campo cultural – leia-se associações
–, os vimaranenses, em suma, apreciam.
Se Guimarães
marcou e marcará (não tenho a menor dúvida) positivamente a cultura, deve-o em
grande parte às suas gentes. A começar pelos decisores públicos que acarinham
sempre a criação, a criatividade, a memória futura e a fruição das coisas da
Cultura. E não é de agora. Mas também o deve e muito – pela memória criativa,
reivindicativa e diferenciadora – aos dirigentes e associações culturais (e
recreativas) existente no seio da sociedade vimaranense.
Só uma nota
final para subscrever o ponto de vista do António Rocha e Costa. Tão mais
intenso, na verdade, depois de um certo desejo centralista de criar um festival (só na televisão) para certos amigos da música.
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