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A mostrar mensagens de abril, 2019

prisioneiro da liberdade

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porquê os braços abertos – estampados – na parede? um corpo dependurado não é sinal de morte ou de prisão? não compreendo a tua noção de liberdade. detesto a escuridão estampada na parede fria de cada noite. se mexeres as mãos elas sangram. doem-te. de onde vem tanto sangue? alegra-me nesta data tão livre isto: liberta o teu corpo da parede. gosto de te ver de braços abertos, mas detesto a tua cara de sofrimento estampada neste dia tão feliz! (seria por isso que a freira não matou o pai?) percebeu depressa que não há nada de mais profundo e integrante do que o enigma da existência. está explicado aquele sorriso amarelado; ironia bacoca! ao fundo da nossa rua ouve-se a cigarra vistosa que ensanguentou todas as memórias . gostava de ser como a água: com mais liberdade de movimentos. chegaria – muito mais facilmente – bem junto da porta principal do céu. onde a luminosidade é muito mais branca; sem tremuras, à tarde, e estupidamente pintada de azul, à noite.   

residir na opressão da demanda

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nós; amanhã? sei lá! existirão astronautas prontos a procriar passagens entre arquitetos do futuro? – sabes que os arquitetos do porvir acabam a desenhar (eternamente) casas mórbidas, pois sabes? – tens razão! só há cosmonautas radiantes; remotos no universo – brincando nas suas munições simétricas; gozando   com a nossa solidão urbana (reino da modernidade; dizem: cidade em movimento) – lá de cima os olhares desconhecem residentes de silêncios; de calmias amarguradas.

noite do homem

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na minha morte quero arrastar-te comigo. gostava muito que fosse como até agora: com paixão. sabes: o medo transfigura-nos – e nós nunca tivemos medo. que me lembre; mesmo que se visse! não tenho uma explicação para o mundo; nem complicada, nem simples. não tenho pronto! adorava ter. porque estar errado é mentir. e, mesmo que seja inconscientemente, detesto a mentira. aquilo que fomos já está enterrado. não acreditas? olha o luar. e as sombras brancas que ele desenha.                 (vês alguma coisa? o dia nasceu.) dantes, quando tudo era belo, sereno e amplo, era deus. só. deus e o espaço. sempre aberto. depois, vieram os homens; os homens que criaram religiões; religiões que construíram muros, barreiras entre o espaço, separações entre os homens e o espaço belo, sereno e amplo, religiões que construíram meros intermediários entre os homens e deus. cada religião construiu o seu muro mais alto do que o da outra religião, com pulcritudes cada vez maiores que t

Não parem

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Estes senhores (ter-se-ão) despedido (dos palcos) no último sábado ; ali mesmo na Ramada. Não pode, pois não? Deram um espetáculo enorme. Façam lá a vossa pausa, mas não se esqueçam: dois anos é muito tempo!

artistices vimaranenses

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O espaço público é meu ou é teu? Posso fazer dele o que quero, como quero e quando quero? Por mim -  turista desta vida onde acontecem as maiores parvoíces do universo –, e sendo  dos que acredita que as parvoíces ficaram todas perdidas nos buracos negros (felizes e destruidores de nós e do devir), só posso dizer; sem medos: estamos em Guimarães . Terra de artistíces (não escrevo artistas, que fique bem claro!), terra de chicos espertos e terra de destruidores das coisas de todos . Nesta primeira publicação de artistices vimaranenses está em disputa uma torta de Guimarães para quem identificar esta engenhoca que a foto regista e para quem for capaz de impedir uns certos chicos espertos de fazerem de conta que gostam de um território fabuloso; cruzando-o de bicicletas, as mais caras e vistosas do mercado.