quarta-feira, 17 de abril de 2019

noite do homem


na minha morte quero arrastar-te comigo. gostava muito que fosse como até agora: com paixão.
sabes: o medo transfigura-nos – e nós nunca tivemos medo. que me lembre; mesmo que se visse!
não tenho uma explicação para o mundo; nem complicada, nem simples. não tenho pronto! adorava ter. porque estar errado é mentir. e, mesmo que seja inconscientemente, detesto a mentira.

aquilo que fomos já está enterrado. não acreditas? olha o luar. e as sombras brancas que ele desenha.
                (vês alguma coisa?
o dia nasceu.)

dantes, quando tudo era belo, sereno e amplo, era deus. só. deus e o espaço. sempre aberto. depois, vieram os homens; os homens que criaram religiões; religiões que construíram muros, barreiras entre o espaço, separações entre os homens e o espaço belo, sereno e amplo, religiões que construíram meros intermediários entre os homens e deus.
cada religião construiu o seu muro mais alto do que o da outra religião, com pulcritudes cada vez maiores que tapavam a beleza de deus
(a serenidade do espaço e amplitude que mostrava deus aos homens).
que chega de mansinho.

encara a ilusão que transpostas há tempos; infinitos: fomos deixando esquecido pelos pesadelos quase brancos que intensificaram as mulheres bonitas contra os nossos desejos.

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