na minha morte
quero arrastar-te comigo. gostava muito que fosse como até agora: com paixão.
sabes:
o medo transfigura-nos – e nós nunca tivemos medo. que me lembre; mesmo que se
visse!
não
tenho uma explicação para o mundo; nem complicada, nem simples. não tenho
pronto! adorava ter. porque estar errado é mentir. e, mesmo que seja
inconscientemente, detesto a mentira.
aquilo que fomos
já está enterrado. não acreditas? olha o luar. e as sombras brancas que ele
desenha.
(vês alguma coisa?
o
dia nasceu.)
dantes, quando
tudo era belo, sereno e amplo, era deus. só. deus e o espaço. sempre aberto.
depois, vieram os homens; os homens que criaram religiões; religiões que
construíram muros, barreiras entre o espaço, separações entre os homens e o
espaço belo, sereno e amplo, religiões que construíram meros intermediários
entre os homens e deus.
cada religião construiu o seu muro mais alto do que
o da outra religião, com pulcritudes cada vez maiores que tapavam a beleza de
deus
(a serenidade do espaço e amplitude
que mostrava deus aos homens).
que chega de
mansinho.
encara a ilusão
que transpostas há tempos; infinitos: fomos deixando esquecido pelos pesadelos
quase brancos que intensificaram as mulheres bonitas contra os nossos desejos.
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