A
civilização do consumo é, antes de qualquer coisa, uma tentativa gigantesca
para exorcizar a morte, o limite, o envelhecimento.
Luigino
Bruni, in Avvnire, 15.03.03
1. Lendo o
editorial do Jornal de Noticias do primeiro dia da primavera – Afonso Camões
escreve que um estado que vota metade do seu chão ao despovoamento e ao abandono é
uma nação inteira que abdica de si própria – leva-se um murro no
estômago; um murro que nos diz que brincamos sempre (com políticos por perto ou
não; isso pouco importa) com o futuro. O da Terra; o nosso (já ninguém repara
nisso, caramba!) ou coletivo – então esse!
2. O texto de
Afonso Camões leva-nos a Ian McEwan (E, 15.03.21) – para mim, as mudanças
climáticas são como a morte. Sabemos que vão acontecer-nos, mais tarde ou mais
cedo, mas não queremos pensar no assunto. Sim, sei que são realidades
diferentes, mas também sei que o resultado final é o mesmo.
3. Por
mim, morrendo de medo com o amanhã com “chão despovoado e ao abandono”, só
recordo uma frase que não para de circular em grande velocidade pelo meu
silêncio: as guerras do século XXI já não são motivadas por fronteiras,
religiões ou poder politico”.
Já estamos
no século XXI e continuamos a agir como se o amanhã fosse ontem. E as guerras,
cada vez mais silenciosas, mas incisivas, não param de delimitar o futuro. E quem
o vai ocupar.
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