quinta-feira, 26 de março de 2015

Por enquanto é tempo

A civilização do consumo é, antes de qualquer coisa, uma tentativa gigantesca para exorcizar a morte, o limite, o envelhecimento.
Luigino Bruni, in Avvnire, 15.03.03
1. Lendo o editorial do Jornal de Noticias do primeiro dia da primavera – Afonso Camões escreve que um estado que vota metade do seu chão ao despovoamento e ao abandono é uma nação inteira que abdica de si própria – leva-se um murro no estômago; um murro que nos diz que brincamos sempre (com políticos por perto ou não; isso pouco importa) com o futuro. O da Terra; o nosso (já ninguém repara nisso, caramba!) ou coletivo – então esse!

 2. O texto de Afonso Camões leva-nos a Ian McEwan (E, 15.03.21) – para mim, as mudanças climáticas são como a morte. Sabemos que vão acontecer-nos, mais tarde ou mais cedo, mas não queremos pensar no assunto. Sim, sei que são realidades diferentes, mas também sei que o resultado final é o mesmo.

3. Por mim, morrendo de medo com o amanhã com “chão despovoado e ao abandono”, só recordo uma frase que não para de circular em grande velocidade pelo meu silêncio: as guerras do século XXI já não são motivadas por fronteiras, religiões ou poder politico”.
Já estamos no século XXI e continuamos a agir como se o amanhã fosse ontem. E as guerras, cada vez mais silenciosas, mas incisivas, não param de delimitar o futuro. E quem o vai ocupar.

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