António Pinto Ribeiro, Ípsilon, 14.01.07
1. Escreve Manuel Carvalho (Público, 14.02.23) que «o PSD sente-se perdido. Só isso pode explicar que o seu líder diga sem titubear que “o país está melhor” ou que o seu líder parlamentar, Luis Montenegro, afirme numa entrevista ao Jornal de Noticias que “a vida dos portugueses não está melhor, mas o país está».
Não podia estar mais de acordo com estas palavras do jornalista do Público; se mais não fosse porque elas vão direitinhas para o esbatimento da vaidade aguçadíssima de Passos e Portas; ou para o relógio deste último. Vão direitinhas para o desmoronar de falsas vaidades (devia escrever afirmações, bem sei!) do tipo das que o ministro da Economia utilizou: enganei-me! Exagerei, isto afinal está igual.
2. Quando Fernando Madrinha (Expresso, 14.02.22) escreve que “os relatórios conhecidos esta semana são autênticos baldes de gelo sobre o discurso da maioria, que, por sobrevalorizar os resultados positivos recentes, cedendo À tentação eleitoralista, foi agora chamada à realidade”, está a dizer-nos que não paramos de ser enganados pela máquina promocional de Passos e Portas.
Está a dizer-nos – como Pedro Silva Pereira (Económico, 14.02.21) – que «ainda se viam no ar os foguetes coloridos do governo para comemorar o apregoado sucesso do “ajustamento estrutural” da economia portuguesa e já o FMI estragava a festa reconhecendo que esse ajustamento não passa de uma ilusão».
E está a por ordem na casa. Tal como sublinha Pedro Bacelar de Vasconcelos (Jornal de Noticias, 14.02.21): “nem adianta fingir: uma economia que sofreu três anos consecutivos de recessão, viu o desemprego disparar para 16% e registar uma dívida pública que saltou em três anos dos 94% para os 130% do PIB não está nem pode estar melhor do que estava”.
3. Chegar a três meses do fim da troika e ouvir que “a vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor” é chocante. Essa frase vagamente salazarista foi dita por Luis Montenegro ontem no Jornal de Noticias”. Pedro Santos Guerreiro (Expresso, 14.02.22).
4. Ponto final: “Em Portugal parece que vigora uma regra: tudo o que puder ser mal feito, é. Se se puder aldrabar o próximo, meter dinheiro no bolso e criar barulho (politico) ainda melhor. Depois corrige-se a asneira cometendo novo disparate, e assim sucessivamente até se construir o mostrengo ou o espantalho". (Jorge Calado, atual, 14.03.01)
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