A realidade mostra como a política do medo é sempre construída em cima da propaganda.
Pedro Filipe Soares, Público, 20.01.10
Há uma onda de medo em terra; percorrendo o planeta de lé-a-lés, sabes? E o pior é que o medo tornou-se o tic-tac mais ouvido por todo o lado; em todos os ouvidos serenos.
Estás com medo de quê?
Do mundo, deste mundo à deriva. Sem líderes hábeis.
E, acredita, não considero nada exageradas
estas palavras de Henrique Raposo (Expresso, 21.01.07): a
tarde de 6 de janeiro é o episódio mais grave deste século. É pior que o 11 de
setembro, é pior do que o Bataclan, é pior do que a crise de 2008, é pior do
que a pandemia, porque nos indica um futuro possível que é terrível e, sim,
apocalíptico.
Se calhar! O que
aquela tropa parva e sem lei fez não é só doloroso e violento é um precedente perigosíssimo para a democracia.
Nem mais! Foi
isso mesmo que escreveu António Barreto (Público, 21.01.09): avistar
uns labregos desalinhados nos gabinetes dos mais altos responsáveis políticos
parlamentares, assim como hordas de selvagens a tomarem conta das salas de
sessões, deixa recordação para o resto da vida. Mas o sociólogo dá-nos
um recado solene: Trump faz parte do mundo que nós criamos. Fomos nós que o fizemos.
Sem dúvida! Até
parece que a vitória da esperança sobre o medo deixou de ser possível. Mas insisto,
como bem sabes, aliás que não tenho dúvidas de que o medo se domina pela ação.
E que a indiferença é um dos piores males. Assusta-me. Tenho-lhe um medo de
morte.
Tens razão; não
podemos andar a bordo do nosso futuro com o medo sempre entre mãos.
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