Anúncio contaminado


Quando a pandemia for usada para asfixiar a vivência democrática, a única resposta proporcional será a desobediência civil.

M. Patrão Neves, professora catedrática de Ética, Público, 20.10.19

 

Tolice sem limites! É melhor não ir. Fico a olhar a estrada. Bem sabes que a memória é curta. Principalmente a memória dos homens dos nossos dias.

Anda!, vem comigo. Vamos ver a noite nos campos. Faz bem à indiferença com que olhamos os dias.

Convenceste-me. Enquanto caminhamos presta atenção a estas palavras de Susana Peralta, no jornal Público, da passada sexta-feira: esta semana o Governo entrou oficialmente em derrapagem com a ideia de nos obrigar a andar com uma aplicação de rastreamento de contatos no telefone.

Ui! Querem saber se vamos para o campo, agora?

É isso. Podes cumprimentar o cão, dizer-lhe olá de forma mais efusiva do que caminhas todas as manhãs pelo quintal e pela vida.

Quem sabe! Entretanto escuta esta afirmação: um Governo fazer uma proposta com esta gravidade, típica de um Estado ditatorial, mostra que entraram em pânico e perderam o tino. (Luís Aguiar-Conraria, Expresso, 20.10.17).

Mas continuemos a nossa conversa: não me digas que o cão não é um fantástico parceiro, totalmente fiel. É uma companhia fabulosa. Experimenta dar-lhe a mão para o cumprimentar.

Desculpa, mas não me sai da cabeça a preocupação para com uma proposta que o primeiro-ministro do nosso país fez por um destes dias.

Ah! Já começo a entender. Falas de uma aplicação para telefone móvel, de fundo azul e um sinal vermelho em forma de vírus? Entendo muito bem agora o que escreveu Martim Silva (Expresso, 20.10.17): a capacidade de reação perante o crescimento dos números da pandemia não deve levar aqueles que nos governam a perder o discernimento necessário

Vês!

E então o teu cão?

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Manter viva a memória

PSD e PP querem mesmo destruir-nos II