domingo, 20 de julho de 2014

Que tempos negros cruzam Guimarães


Em Portugal, quando falta o pão investe-se no circo. Assim se disfarçam as carências e se mostra obra feita que não há.
Jorge Calado, atual, 14.07.19
A propósito da apresentação pública do livro “A imprensa periódica famalicense” – como gostava de ver esta realidade por terras de D. Afonso, principalmente no que concerne ao século XX – e onde o município de Famalicão homenageou José Casimiro Silva (um dos primeiros associados do Gabinete de Imprensa de Guimarães), Rui Lima entrevista Emilia Nóvoa, a autora do trabalho no semanário Cidade Hoje.

É uma entrevista interessente, principalmente para os famalicenses, terei que admitir. Mas também para quem se interessa pelas realidades (ou ilusões, pelos vistos quando se olha para Guimarães) do jornalismo.
Do jornalismo mais próximo das pessoas (se é que isso ainda existe nos tempos que correm).

Da entrevista a Emilia Nóvoa registo duas afirmações: “em Famalicão encontramos muitos e bons exemplos elucidativos de como a imprensa local impulsionou, de forma decisiva, o avanço de determinados projetos e ajudou a encontrar as melhores soluções para situações de difícil resolução”. Que saudades dos tempos em que isso acontecia em Guimarães!
E “a imprensa regional. Como é do conhecimento público, atravessa nos tempos que correm, uma fase muito critica, com o desaparecimento de muitos títulos”.
Pois é! Daí que, acrescento eu, sem medos e com o afastamento (demos-lhe nós os nomes que lhe dermos) de muita gente de qualidade, que vai fazendo coisas lindas.
Felizmente que, António Magalhães que voltou. A discussão tem outro encanto.

Nota de rodapé: é claro que há gente felicíssima com estes tempos negros que cruzam Guimarães.

4 comentários:

luis cirilo disse...

Vá lá Casimiro. Põe os nomes da gente felicissima. Desconfio que vamos estar de acordo em muitos deles

casimirosilva disse...

Tu não queres Cirilo; sabemos bem que não é uma estória bela.
Mas também sabemos que isto não vai ser sempre assim.
E há sinais por aí que importa reter.

MMM disse...

A morte do NG, Expresso do Ave, O Povo de Guimarães, o Conquistador, etc. deixou uma enorme cratera na informação vimaranense. Parte dos bons jornalistas de outrora da imprensa regional estão hoje condicionados com outras profissões, o jornal diário nunca nasceu (Braga 2)...Havia lugar em Guimarães para todos. A crise não explica tudo.

casimirosilva disse...

Cá está! o dedo na ferida que o MMM conhece muito bem.
Subinho do Manuel Marques esta frase: "A crise não explica tudo".

Olhando a cidade V

Fizemos cidades muito hostis para as crianças. Sónia Lavadinho, consultora em mobilidade e desenvolvimento territorial, Visão , 24.11.14