A religião é uma das grandes dimensões mentais e culturais dos seres humanos.
Bento Domigues
O sempre incómodo Bento Domigues, na sua habitual coluna semanal (escreve aos domingos) no jornal Público agita sempre os instalados na igreja a que pertence. Tenham eles a patente – é forte?, parece tantas vezes que há hierarquias da pior espécie militar – que tiverem.
No domingo, dia 12, escreve um excelente texto onde, onde além de mostrar um pequeno percurso da “divinal” relação dos clérigos cristãos com a igreja com sede no Vaticano, põe o dedo em feridas bem atuais. Desde logo, aquela que mais dores causou no catolicismo do sul da Europa, a começar pela arquidiocese bracarense: “o papa perdeu a devoção aos monsenhores. Pobres daqueles que se julgavam na calha!”.
Não há nenhum exagero de Bento Domingues, apenas exceções. Há instalados à volta das dioceses que são piores que os políticos nascidos nas jotas.
Mas, pessoalmente, a afirmação que mais registo do teólogo dominicano é esta: “a sensibilidade cristã dos fiéis não é só de homens. As mulheres são sempre esquecidas”.
Como estou de cordo com este ponto de vista de Bento Domigues. E não é só por sublinhar que o Concilio Vaticano II “alterou profundamente as conceções eclesiológicas que justificam o autoritarismo da hierarquias”, não!, é porque e apesar de o jornal oficial do Vaticano L’ Osservatore Romano ter lançado um suplemento sobre mulheres – Igreja e Mundo – o papa Francisco (e apesar do seu dinâmico mexer nas vontades instaladas) ainda não disse uma palavra sobre o papel das mulheres na igreja. E já se justifica há muito.
E, se não fomos enganados pelos textos canónicos, o Mestre sempre esteve ao lado das mulheres. E estas com ele.
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