Só bate e mata quem antes nunca foi escutado.
Gonçalo M. Tavares, Noticias Magazine, 14.12.28
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Curiosa leitura do Público! Que, quer queiramos, quer não, é uma realidade que nos faz (devia fazer) pensar a nós portugueses sempre contentes com o nosso umbigo. Desde logo, porque “a vitória do Syriza conseguiu o milagre que a política nacional não conseguiu: pôr a esquerda a falar em uníssimo” (Expresso, 15.01.31), ou seja, os partidos portugueses dizem até ao fim que todos fazemos de conta que o que é mau é só para os outros; nós somos excelentes.
Por mim, independentemente de sublinhar a posição de João Garcia (Expresso, 15.01.31) – o debate do pós-eleições gregas está a mostrar que a Europa enquanto instituição ou coletivo não existe. (…) Cada país anuncia a sua convicção e marca lugar. Espeta o alfinete onde bem quer e junto dos aliados que lhe interessa –, faço questão de vincar, sem receio de ser arrumado do sítio onde estou há muito (quem sabe se há tempo demais!) que os partidos portugueses fazem de conta que (tal como outras instituições, afinal vizinhas na ação diária), só a sua verdade é absoluta; total e só ao alcance dos iluminados. Que, por isso, têm que pertencer ao cubículo.
Há muito que perdi a vontade de suportar vontades alicerçadas em vaidades, sempre em bicos de pé, de tipos inertes, vazios e incapazes. Isto é, só posso subscrever as palavras de João Adelino Faria (Dinheiro Vivo, 15.01.31): detesto usar gravata, mas não tenho alternativa. Parece que precisamos de ter um nó de sede na garganta para podermos ser levados a sério.

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