terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Padrão invariável

Como o homem normal diz disparates por vitalidade, e por sangue dá palmadas (…) sangue, e, quase sempre, paisagem invisível de rua conhecida.
Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

A última edição do jornal Reflexo (fevereiro de 2015) é para guardar. Pelos taipenses felizes pela aposta na qualidade do trabalho que se começa a desenvolver na sua terra e pelos vimaranenses que ficarão com argumentos para se convencer que o futuro de Guimarães não está escrito só em Santa Clara (cada vez mais) ou no Toural (cada vez menos).
Os principais interventores políticos vimaranenses foram até à vila e disseram o que lhes vai na alma; o que querem para Guimarães e como encaram o futuro coletivo em terras de D. Afonso. Desse belo trabalho jornalístico destaco:

foto: planoclaro.com
1. Começando pelo vereador da coligação de direita em Guimarães, André Lima, até me apetecia dizer que as suas palavras cumprem o papel da oposição, mas, pensando melhor, não. O líder laranja vai fazendo de conta que tem ideias, mas tem sempre alfinetadas incompressíveis – “a nossa postura tem sido responsável, sem nunca abdicar da função fiscalizadora que compete à oposição”.
Claro que o papel da oposição é fiscalizar, alertar e mostrar que há alternativas! Será por isso, que André Lima afirma que “[o PS] não tem tido para com as nossas iniciativas políticas a maturidade política que nós temos demonstrado com algumas iniciativas do PS”? Não creio. Mas o tempo é bom conselheiro e faz sempre justiça. Para já é o discurso oficial do PSD é o discurso de sempre. Coisas que já ouvimos e lemos, vezes em conta. Só assim se compreende esta afirmação: “na câmara de Guimarães e no PS há um princípio de desconfiança nas juntas de freguesia. Estamos perante uma câmara marcadamente centralista”.
Há uma ideia boa a perpassar a vontade política de André Lima: “Guimarães deve ambicionar ser um concelho verde, independentemente do título”.
foto: cm-guimares.pt

2. O outro parceiro da coligação de direita, Monteiro de Castro, não diz muito, é verdade!, mas deixa uma verdade que importa reter: “[a situação vivida com o orçamento participativo 2014] é seguramente um dos momentos mais negativos destes primeiros meses do mandato”.

foto: facebook.com

3. Por fim, Torcato Ribeiro, o vereador da CDU, como sempre, foca-se no essencial. Primeiro, no que está na moda: “a despoluição das nossas linhas de água é fundamental para a nossa qualidade de vida independentemente do título de capital verde europeia”. Depois naquilo que tem que mobilizar os vimaranenses: o Avepark: trata-se “de um projeto que é essencial para o nosso concelho e, infelizmente, não está a ter a devida discussão pública”.
O resto, porque não é de somenos importância, obriga a reter duas ideias: “num executivo democrático todas as vozes contam e a minha tem contado. Gostaria é que contasse efetivamente mais” e “tendo maioria absoluta, o executivo dá prioridade na realização e aprovação das suas propostas que constam do seu programa eleitoral”.

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