As cidades estão petrificadas pelo medo, todos nos transformamos em inimigos e lobos para os nossos vizinhos.
Bernard-Henri Lévy, TSF, 20.07.16 (entrevista de Reis Polónio)
Tenho medo.
No fragor da noite
escuto uma afronta impressionante. Palavra!,
(as
coisas importantes resumem-se num parágrafo.)
continuo com
medo; a minha janela projeta a escuridão. Estampada em desesperos. Silêncios;
ausências.
(não circula vivalma; do outro
lado da janela. a janela vive no desmazelo de sempre.
poeirenta. sem brilho.)
Tenho medo.
Vou esconder-me
dos sítios secretos, da casa vazia, dos empedrados gastos. Não quero
ensanguentar os pés nem empoeirar os sapatos exaustos.
(não
circula vivalma; do outro lado da janela.)
Tenho medo!
(não
circula vivalma.)
Quem sou eu para
duvidar desta dor; feita afirmação intensa de silêncios, tantas dúvidas e
ausências?
Sim! Cá estou eu, outra vez.
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