quinta-feira, 14 de maio de 2015

Devolver o real

Como é triste envelhecer à porta
entristecer nas mãos de um coração tardio
Ruy Belo, in Orla marítima e outros poemas
foto: tamegasousa.pt
Portugal, vão-nos dizendo com uma intensidade barulhenta e doentia, já ultrapassou a crise que (ainda) mata, destrói e envia para a emigração os portugueses que acreditavam num país que apostou em si e agora está (também nos dizem, intensamente) nos mercados?
Um país mansinho, sempre de cócoras e pronto a lamber de perto as vontades de outros tempos; um país que não para de vender ao desbarato tudo o que (ainda) luz e que (vão-nos dizendo) é cada vez mais apetecível para os grandes grupos económicos (sejam estatais ou privados)?
O velho reino do rei Afonso é agora uma coutada de interesses que matam; desfazem e ignoram as pessoas?
Mas, caramba!, tudo isso que importa, se o Portugal dos dias que matam se faz de um tremendo crescimento do número de idosos que “vivem sozinhos ou isolados?
Nesta história malévola só há um pormenor positivo: o excelente trabalho que a Guarda Nacional Republicana (GNR) leva a cabo; seja na execução dos censos sénior 2015, seja no acompanhamento dos que vivem, cada vez mais, isolados do mundo, das pessoas e dos dias.

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