Da cidade
só restava o cenário do claustro, abandonado
os muros
eram baixos e a plataforma afundava-se
Fernando
Guerreiro, in instantâneo do início dos anos 90 *
Há bastante
tempo que não me dispunha a correr no parque da cidade, em Guimarães. Fi-lo há
dias. Fiquei desolado, triste; sem vontade de voltar ao espaço onde aprendi a
viver sem tabaco.
É verdade!
O lago,
quando se entra, logo a seguir ao pavilhão da João de Meira, mete dó. Está
abandonado. Com uma vegetação estranha a subir do meio da água oca, quase
esverdeada. O percurso, depois, depois deste primeiro olhar doentio, perdeu as
marcações de outros tempos (pois é! Por aqui, pela cidade desportiva também, se
foram). O que vale é que a memória e as aplicações nos telemóveis dão uma ajuda
para não exagerarmos no esforço da corrida.
Repito:
não fiquei, três anos depois de abandonar o centro da cidade-berço com vontade de
voltar ao parque da cidade. Sim! Eu vi que há outras ocupações do espaço. Mas o
que vi por ali fez-me pensar que, à medida que se constrói algo de novo, o mais
antigo (que não necessariamente mais velho) parece ficar abandonado por terras
de D. Afonso.
Espero que
essa realidade não seja uma verdade na minha cidade e seja apenas uma impressão
da minha imaginação ferida pelo que viu num espaço que (foi) uma referência.
*
Bumerangue 3
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