quarta-feira, 13 de maio de 2015

Vistas sobre o futuro

Da cidade só restava o cenário do claustro, abandonado
os muros eram baixos e a plataforma afundava-se
Fernando Guerreiro, in instantâneo do início dos anos 90 *
 Há bastante tempo que não me dispunha a correr no parque da cidade, em Guimarães. Fi-lo há dias. Fiquei desolado, triste; sem vontade de voltar ao espaço onde aprendi a viver sem tabaco.
É verdade!
O lago, quando se entra, logo a seguir ao pavilhão da João de Meira, mete dó. Está abandonado. Com uma vegetação estranha a subir do meio da água oca, quase esverdeada. O percurso, depois, depois deste primeiro olhar doentio, perdeu as marcações de outros tempos (pois é! Por aqui, pela cidade desportiva também, se foram). O que vale é que a memória e as aplicações nos telemóveis dão uma ajuda para não exagerarmos no esforço da corrida.
Repito: não fiquei, três anos depois de abandonar o centro da cidade-berço com vontade de voltar ao parque da cidade. Sim! Eu vi que há outras ocupações do espaço. Mas o que vi por ali fez-me pensar que, à medida que se constrói algo de novo, o mais antigo (que não necessariamente mais velho) parece ficar abandonado por terras de D. Afonso.
Espero que essa realidade não seja uma verdade na minha cidade e seja apenas uma impressão da minha imaginação ferida pelo que viu num espaço que (foi) uma referência.
* Bumerangue 3

Sem comentários:

Olhando a cidade IV

Estudos mostram que os mais novos saem menos ao ar livre do que um prisioneiro , pois andam menos de uma hora, e até os prisioneiros têm dir...