terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Liberdade de expressão: valor fundamental

foto: revistapontocom.org.br


A liberdade de expressão é um valor das nossas sociedades. Não se pode ceder neste ponto.
Editorial, Expresso, 15.01.10


1. Quando Rui Cardoso escrevia, em editorial do Courrier internacional (edição de janeiro d e2015), que “o desafio do jornalismo moderno é muito mais ajudar o leitor a orientar-se na selva informativa do que arrancar grandes exclusivos e noticias bombásticas”, nem lhe passava pela cabeça o que o terrorismo faria em Paris.
Parecendo que em face dos trágicos acontecimentos da capital francesa a questão jornalística está aqui a mais, até porque o texto de Rui Cardoso (pensado para um contexto editorial – excelente! – sobre a teoria da conspiração, mas não só) nada tem a ver com o que aconteceu: morte de pessoas e tentativa de destruição de uma bela ideia editorial onde a liberdade de expressão é que domina.
Mas, apetece-me dizer que teve. Quem mata pessoas não mata ideias. Quem destrói espaços não apaga memórias. E a morte de um conjunto (muito importante) de fazedores de um jornal não é o fim do jornal. Mesmo que na selva informativa levitem muitos vampiros. Que, esses sim, tentam a todo o custo confundir, baralhar e denegrir; para reinar.

foto: revistapontocom.org.br
2. Na verdade, o que os jornalistas (e empresas jornalísticas) franceses fizeram a seguir à destruição só prova que nem todos os seres humanos são parvos. Há Homens que estão para além do seu tempo. Há realidades editoriais que agarram as realidades humanas.
Daí que considere importante refletir nestas palavras de João Garcia (Expresso, 15.01.10): “os adjetivos estão esgotados. A loucura bárbara vai obrigar-nos a criar neologismos a menos que a consigamos combater com eficácia”. Desde logo com uma pergunta inocente: como se diz solidariedade em linguagem (e ação) humana, seja jornalística ou não? Pois, se calha! Mas em França é muito fácil. Faz parte do trio que comanda a normalidade das sociedades: igualdade, fraternidade e liberdade.
Por mais que isso custe a uns tantos. Não só os que habitam a selva informativa, mas principalmente os que teimam em dominar a selva humana de alguns recantos ideológicos.

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