janela restaurada

Para apanhar o comboio da mudança é preciso chegar a horas à estação. Pedro Lacerda, Expresso ( Economia ), 21.06.25   O que aconteceu nas eleições autárquicas do passado domingo dia 26 de setembro em Barcelos – tal como em Vizela em 2017 – deve fazer pensar (no futuro) aqueles que gostam de conspirações. Desde logo, o que aconteceu em Vizela há quatro anos devia impedir o que aconteceu este ano em Barcelos. E a prova é o resultado ‘ à PS ´ na cidade das termas. A maior votação daquele partido a nível nacional. Repetir os mesmos erros do passado será respeitar vontades ocas e de volta atrás. Seja onde for. É certo que 2025 ainda está longe, mas as grandes batalhas preparam-se à distância.

foto: alfredo oliveira ( reflexodigital ) Luís Soares não tem o PS unido. A eleição para a concelhia será o primeiro teste do que iremos assistir internamente neste período até 2025 . Alfredo Oliveira, editorial, Reflexo, outubro 2021

Eis que tudo muda! Até a forma como nos esgotamos. Esgotamento nos anos 80 era “coisa de mulher que não aguentara” e que teve problemas “lá em casa”. Burnout, quando apareceu, era cena de tipo com massa – que sucumbira ao peso da responsabilidade . O esgotamento era mais Quarteira, o burnout era mais Comporta. (Luís Pedro Nunes, E , 21.09.17) E fruto de mudanças, nos próximos dias este espaço de olhar no silêncio entrará em hibernação. Confesso, no entanto, que sou mais do tempo do esgotamento; noutros anos.  

  1.             As ondas de choque causadas pelas denúncias de abusos sexuais de menores na Igreja católica abalaram diversos países, mas essa vaga que gerou indignação e protesto e, ao mesmo tempo, estimula a necessidade de justiça continua ausente de Portugal. Manuel Carvalho, editorial, Público , 21.10.08   2.          Sem ironia. Caso estivéssemos a lidar com crimes cometidos por uma qualquer outra organização já teria caído o Carmo e a Trindade. A gravidade dos crimes [de pedofilia] é acentuada pelo antagonismo dos valores, bem prega Fria Tomás. Miguel Guedes, Jornal de Noticias , 21.10.08   3.          Serão as Igrejas de Portugal e Espanha imunes a abusos sexuais ou pura e simplesmente não se arriscam a encomendar um relatório? João Miguel Tavares, Público , 21.10.09   Eric De Moulins Beaufort * pediu ajuda financeira aos fiéis para pagar indeminizações por abusos sexuais em França. Tútulo do semanário Expresso , 21.10.09   * arcebispo de Reims e presi

  se o calor dilata os corpos, fará ele mirrar as mentes ? Ana Cristina Leonardo, E , 19.08.10   como é que se movem os corpos? como é que fazemos o encontro com o outro? quanto custa ser cristão sob os sinos em torres pagas com dinheiros de quem só quer sobreviver?   esta tarde tive medo de entrar num templo católico cá da urbe. tive medo de não ter dinheiro. são caros os atos litúrgicos. tive medo do custo da vela; apesar de ser eletrónica – dizem que a salvação está atualizada aos novos tempos. (será verdade que o que parece acontecer por terras cá da urbe bebe na origem, isto é, é uma cópia sagrada na sacratíssima arquidiocese?) tenho medo aos deuses que os homens criaram.   como é que se movem os corpos? como é que fazemos o encontro com o outro?

queimar a tua cor! quero sentir o cheiro do teu arco-íris filmar nele toda a estrutura molecular que me mantém firme; junto dos teus olhos e sentir o cheiro que te envolve

deixar-te a pensar com a mão no corrimão; apetece-me desligar-te a luz fazer-te caminhar sem rumo   apetece-me remeter uma mensagem pequena; das que nos unem junto à porta aberta onde a luz do corrimão nos influencia tudo.  

a cartilha em que aprendi a ler a vida foi a mesma em que foram destruídas a ironia, a obscuridade e a fealdade   às vezes, cada vez menos, vou abrindo esta cartilha na esperança de a ver corrigida   mas o corrector * lúcido que transporto sempre comigo nunca deixa que o tire do bolso.   * corretor  

de mãos abertas fiquei à espera de ti lá fora a noite comia os últimos grãos da minha verdade; entraste   e eu ressuscitei a beleza bem vaidosa!     Guimarães 06.07.17

paredes-meias com o medo o vazio. pronto a desmoronar-se desmoronando-nos. tempos de tumulto e incerteza   e os dias que já não se fazem de histórias lindas; desenhadas por crianças!   * qualquer confusão com o eterno retorno será sempre um erro da filosofia; Mircea Eliade, aparte. Niilismos, afinal, não param de nos fustigar .