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A mostrar mensagens de junho, 2021

olhar da semana

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  Foto: Arquivo Global Imagens Não deveremos esquecer nunca a imagem de Joe Berardo a rir-se no Parlamento , quando ouvido no âmbito da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Paula Ferreira , Jornal de Noticias , 21.06.30

luminosidade rural

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uma casa semeada no centro das árvores, ramadas prenhes de uvas americanas. o cheiro a erva húmida acabada de cortar; o canto dos pardais – lá mais acima no quintal sempre vestido: o advento no campo.   nasci por ali, ali quero voltar. tranquilidade que acende todas as memórias. vou compor uma festa; a minha festa de regresso. agora; o tempo é outro. preciso de te convencer do meu regresso?   não acreditas num passado de glória.

Ilusões do infinito *

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  V   amor!, desculpa os desejos do mar – são mesmo naves espaciais!     o que nos confunde é mesmo a intensidade da torre sineira!   * com olhares em rui toscano e no catálogo civilizações tipo I, II e III

olhar da semana

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©UEFA.com Não deixa de ser maravilhoso como, por uns dias, descobrimos que o futebol, mais do que os capacetes azuis das Nações Unidas, consegue fazer respeitar à escala continental um mesmo código de conduta, as regras do jogo . Em campo, países ricos e países pobres, de distintas geografias, separados por todo o tipo de diferenças culturais, sociais e religiosas, e por vezes até envolvidos em conflitos armados, aceitam jogar sob o mesmo regulamento. Afonso Camões, Diário de Noticias , 21.06.15  

fim do princípio

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Todos os fins devem ser celebrados. O fim é tão ou mais importante que o início. Pedro Gonçalves, músico e produtor (Dead Combo), E , 19.12.14   O cybercentro já foi um local importante em Guimarães. Mas morreu. Só que ainda ninguém lhe fez o funeral. Pelo menos a julgar pela placa existente ali na avenida D. João IV. Mas, quem sabe?, se não é mesmo só um pormenor sem importância?  

vivo na palavra

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nos diálogos de um coração em risco a palavra gera equívocos. a deusa fria do destino pousa-me; à escuta das guitarras confinando o banco do tempo; carregando a bandeira das geografias amarelas. sinto-a testemunha estéril de chuvas travestidas na areia;   onde te encontrei na viagem às réstias de luz. palavra de um hóspede de solidão. encontro teus olhos numa pintura insólita dos delírios da alma; ervas amargas na horta com nuvens cinzentas. sobre a selva densa   da palavra o sol é violento.  é lá que vivo à procura de ti!

Grito da realidade

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Os limites somos nós que os definimos. Ana Padrão, E , 19.06.29   Uma multinacional de entrega de refeições vai onde tu queres. Leva-te o prazer e o desperdício ao recanto mais estranho.   Num destes dias vi um jovem à procura do sítio exato da entrega que trazia no alforge na minha rua. Não encontrou. Só um telefonema desvendou a coisa: um casal dentro do carro – ali, paredes-meias com o multiusos –, aguardava a sua comidinha fast food . Registei: É só abrir a porta do carro e comer. Ah! Aquela cena feita realidade trouxe-me a luz sobre a falta de escrúpulos; pelo menos ambientais, que se constata em cada manhã, entre o multiusos e a horta pedagógica: com montes de lixo com marca registada; e multinacional.

silêncio na planície

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vergado ao peso dos anos, coreia entre plantas viçosas. acarinha-as. mata-lhes a sede. cava espaços para novas companheiras. lança sementes em segredo à terra esventrada pelas suas mãos. ao frio. ao vento. ao calor. à chuva. cumprindo os dias. ritualizando a vida. acelerando o fim. dando razão à sina prescrita no silêncio do nascimento rural.   enxada na mão endireita a vida. mata a fome; a sede. embeleza. faz crescer. destrói companhias ingratas. que impedem crescimentos por lá anda vergado; companheiro fiel da terra que o viu nascer. alimentando harmonias verdes. assobia e cantarola pesadas canções. passa os dias no seio da mãe-natureza. dá vida ao verde tornando-se cinzento. cava o caminhando rumo ao silêncio final.

Estranha sedução

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Quando digo que acredito em deus estou fora do campo da razão. Frederico Lourenço, E , 16.09.10 Deus é paciente, dizes tu, mas nunca ninguém o viu nas filas da segurança social; ou nas respostas sérias aos isolamentos profiláticos. Não gozes! Há loucuras intensas, sim! para quem conserva a alma por escrever; uma alma sempre fria e à espera de abrir a porta branca que incendeia o substancial do acesso a deus. Posso desafiar deus? Tu lá sabes! Mas pela forma como usas as minúsculas dás-lhe pouca importância…   Não é verdade que os momentos não duram nem é suposto durarem?