sábado, 23 de maio de 2015

Teatro, parceiro menor?

Chegou a casa
não disse nada
pegou na filha
deu-lhe a mamada.
António Gedeão, in Poemas escolhidos
No último ano a Oficina não só foi capaz de dar continuidade ao trabalho desenvolvido nas diferentes áreas sob sua responsabilidade (as mesmas “que sempre orientam” o seu trabalho, mas numa escala mais ambiciosa, apesar dos constrangimentos financeiros”), como se pode ler na introdução do relatório de atividades e contas daquela estrutura municipal responsável pelo que de bom se faz em Guimarães em termos culturais – uma organização, diga-se, que não tem (necessariamente) que dar lucro, antes, desenvolver um trabalho sério de programação no campo cultural.

Lendo o resto do documento – por mim até me ficava só pela introdução – ficamos a saber que “a programação regular foi alicerçada por diferentes eventos de qualidade como o Guidance, Manta ou Guimarães Jazz ou, ainda, coisas menores como a noite branca; coisas que, ninguém se espante!, são reconhecidas fora de portas; a par do que se vai fazendo a partir da sociedade civil.
Dadas as caraterísticas e qualidade das realizações levadas a cabo pela a Oficina só me ocorre um comentário: excelente!

Mas, aqui e agora, só pretendo ficar pelo teatro.
Logo no início do documento fica claro que o teatro Oficina “assentou a sua programação numa estratégia de coprodução com diferentes criadores e estruturas”.
Pode ser só impressão minha, mas em 2014 fica-se com um sabor amargo de boca. Tendo os Festivais Gil Vicente (o segundo ponto alto do ano transato no dizer do documento) estado dentro do que tem sido habitual – e estiveram!, quando se olha para a estreia de duas produções (na solidão dos campos de algodão ou círculo de transformação em espelho, uma coprodução com a companhia Útero, o que fica é um sabor a pouco; muito pouco. Infelizmente 2015 promete manter um vazio maior. E isso entristece-me. Só isso.
Espero, e pelos vistos haverá novidades, que 2015 seja melhor. Assim sendo, até poderei ficar menos triste.

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