Chegou a
casa
não disse
nada
pegou na
filha
deu-lhe a
mamada.
António
Gedeão, in Poemas escolhidos
No último ano
a
Oficina não só foi capaz de dar continuidade ao trabalho desenvolvido
nas diferentes áreas sob sua responsabilidade (as mesmas “que sempre orientam”
o seu trabalho, mas numa escala mais ambiciosa, apesar dos constrangimentos
financeiros”), como se pode ler na introdução do relatório de atividades e contas
daquela estrutura municipal responsável pelo que de bom se faz em Guimarães em
termos culturais – uma organização, diga-se, que não tem (necessariamente) que
dar lucro, antes, desenvolver um trabalho sério de programação no campo cultural.
Lendo o
resto do documento – por mim até me ficava só pela introdução – ficamos a saber
que “a programação regular foi alicerçada por diferentes eventos de qualidade como
o Guidance,
Manta ou Guimarães Jazz ou, ainda, coisas menores como a noite branca;
coisas que, ninguém se espante!, são reconhecidas fora de portas; a par do que
se vai fazendo a partir da sociedade civil.
Dadas as
caraterísticas e qualidade das realizações levadas a cabo pela a
Oficina só me ocorre um comentário: excelente!
Mas, aqui
e agora, só pretendo ficar pelo teatro.
Logo no início
do documento fica claro que o teatro Oficina “assentou a sua programação
numa estratégia de coprodução com diferentes criadores e estruturas”.
Pode ser
só impressão minha, mas em 2014 fica-se com um sabor amargo de boca. Tendo os Festivais
Gil Vicente (o segundo ponto alto do ano transato no dizer do documento)
estado dentro do que tem sido habitual – e estiveram!, quando se olha para a
estreia de duas produções (na solidão dos campos de algodão ou círculo
de transformação em espelho, uma coprodução com a companhia Útero,
o que fica é um sabor a pouco; muito pouco. Infelizmente 2015 promete manter um
vazio maior. E isso entristece-me. Só isso.
Espero, e
pelos vistos haverá novidades, que 2015 seja melhor. Assim sendo,
até poderei ficar menos triste.
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