sábado, 9 de maio de 2015

O tempo jamais sente a passagem

Pertenço a uma geração – ou antes a uma parte de geração – que perdeu todo o respeito pelo passado e toda a crença ou esperança no futuro.
Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego
Guimarães terá, espera-se que muito brevemente, catalogadas as “áreas com níveis de exposição sonora” que ultrapassem o regulamento geral do ruído. E isso é muito bom.
Mas, para que a iniciativa saída da vereação de Amadeu Portilha atinja o excelente, importa passar (já) da identificação à ação. É verdade que há (já), no terreno, alguns sinais encorajadores. Gosto, por exemplo do desafio Zonas 30. Mas importa que outros surjam.
Há nesta decisão política, que me parece premente, um ar de visão de futuro. Dou um exemplo de cariz pessoal: gosto de correr ali por entre os espaços da horta pedagógica e ao longo da variante até ao caminho real; gosto muito mais das hortas onde tudo é mais calmo (em termos de ruído, atenção!).
Ou seja, a constatação já feita pelo município de que os eixos viários se encontram “em níveis recomendáveis de exposição ao ruído” melhorarão, de certeza, com esta medida saída da vontade política de Amadeu Portilha de “plantação de árvores junto às principais vias como barreira acústica”.
E isso é excelente; melhora o sossego citadino, acalma (mais) as pessoas e faz subir a qualidade de vida. Em suma, será um excelente movimento contra o ruido que vai matando lentamente.

Ah! Só uma nota final: correr no parque da cidade (lá mais para cima) é muito mais sossegado, só se ouve o silêncio.

Sem comentários:

Olhando a cidade IV

Estudos mostram que os mais novos saem menos ao ar livre do que um prisioneiro , pois andam menos de uma hora, e até os prisioneiros têm dir...