sábado, 2 de maio de 2015

Amanhã, hoje e o vazio que matará

No apodrecimento
há fermentação.
Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego
foto:planetasustentavel.abril.com.br
Ao falar em poluição no rio Ave, importa olhar o (e no) futuro; esse sim!, o local onde moram as preocupações que vão matar as noites de sossego (a quem sabe que a grande maioria dos que fazem a Humanidade se borrifa para a grande minoria que morre e morrerá porque a grande maioria se borrifa).

Peço desculpa pela derivação!
Vamos à realidade: segundo a OCDE, “a economia mundial” será “quatro vezes maior em 2050”, ano em que haverá sobre este planeta, à deriva, “mais dois milhões de pessoas”. Ou seja, “haverá um aumento de 55% no consumo de água”.
Cum catano!, diriam alguns.
Ah! Nos dias que correm, à volta de 350 milhões – que número! – de pessoas, no continente africano, nem sabem o que é a água ou, sabendo, nem lhes tocam. A não ser que seja em pocinhas conspurcadas. E 200 milhões no médio oriente que deixam a s suas vidas para ter água nas mãos, isto é, 950 milhões de pessoas no mundo procuram água para sobreviverem.

Poderia escrever que o Homem sabe contornar exageros, estupidezes e vaidades, mas – sendo verdade – não posso. Porque a água nunca vai além de si. Seja por cá – onde também vai desaparecendo – seja onde a morte tem a nudez da seca.

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