segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Nem todos os militares são sisudos

Wollgang Schäuble resumiu a reunião com o homólogo grego dizendo: “concordamos em discordar”. Yanis Varoufakis nem com isso concordou.
Sérgio Aníbal na peça Grécia encontra na Alemanha obstáculos ao acordo, Público, 15.02.06
foto: tvi24.iol.pt
1. As eleições na Grécia ainda estão ao rubro. O resultado, esse já pouco importa, a não ser para eleitores que olharam o futuro com outra esperança. Porque agora o que se agita os donos das vontades e dos dominadores do futuro são outras coisas. Que nem sempre os eleitores entendem. É o dar-se por certo a certeza de que não se pode dominar tudo o tempo inteiro. E isso enerva quem quer continuar a dominar a seu bel-prazer. É claro que haverá ainda muito sangue até que tudo volte a ser como dantes. Tal e qual como antecipa Teresa de Sousa (Público, 15.02.06): “depois de receberem algumas palmadinhas nas costas e até uma gravata de seda, Alexis Tsipras e o seu ministro das Finanças regressaram a Atenas sem grande coisa para contar, a não ser algumas más noticias”.

2. Mas todos, mesmo os que dizem ter tudo controlado, estão expetantes. E nervosos. Em constantes telefonemas pelo telefone mais discreto. E dão recados de bonecos ou de histórias para criancinhas de outros tempos, mandam atoardas como se de verdeiros pensamentos se tratasse e fazem de conta que os outros, aqueles que aparecem agora, estão no mau caminho. Repare-se nestas palavras de João Viera Pereira – Expresso (Economia) 15.02.07 “aqui ao lado, em Espanha, o PSOE reza todos os dias pela queda da Grécia, a única coisa que pode realmente travar a ascensão meteórica do Podemos”.

3. Ainda há quem não vá na mesma direção da grande maioria – “levemos a sério os sinais de sobressalto cívico que nos vêm da Grécia, porque só com crescimento e emprego se derrota a austeridade”. (Afonso Camões, editorial, Jornal de Noticias, 15.02.07), o que obviamente dá azo a que se pense em alternativas. O que em democracia não só é salutar; é a salvação.

4. Uma coisa é certa, por cá, por continuarmos a fazer de conta e ficarmos à espera do que diz o chefe, tudo é como dantes. Reparemos: “sobre a questão grega, Passos Coelho não muda de opinião: está sempre com Merkel. António Costa também não muda: está sempre do lado de onde sopra o vento”. (Pedro Santos Guerreiro, Expresso, 15.02.07) Até ver! Porque o mundo também se faz de militares de sorrisos abertos.

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