segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Indisfarçável mediocridade

Tenho aprendido muito convosco, ó amigos homens.
Ruy Cinati, in Antiguidades burlesco-sentimentais
A jornalista Joana Gorjão Henriques assina no passado dia 10 uma peça – “os policias disseram que nós africanos, temos de morrer” – bombástica. Não, não, longe de mim pensar em qualidade jornalística (essa é inquestionável), mas na estapafúrdia mania de que só os outros é que são os maus; fora de Portugal.
O trabalho da jornalista do Público não está com palavrinhas mansas ou rodriguinhos; dá a voz a quem sofre.
Sem mais comentários – é para pensar e agir –, reproduzo um ou dois exemplos:

«Bruno Lopes é algemado e levado para a esquadra de Alfragide, a cerca de um quilómetro dali. “Bateram-me com o cassetete, davam pontapés”, diz o Bruno Lopes». «Rui Moniz tinha ido tratar de umas papeladas numa loja perto, e foi “apanhado” pelos polícias”. O jovem sofreu um AVC e tem uma mão imóvel, acusa igualmente os agentes de lhe baterem. “Começaram a encher-me de pontapés, arrastaram-se até à esquadra. Mandaram levantar a cara, e depois deram socos”».

Leio a excelente reportagem de Joana Gorjão Henriques e não consigo ver a cor das intervenções; de agressores ou de agredidos. Mas imagino a dor e a violência. E pergunto-me não vivo eu num estado de direito?
É demais!

Sem comentários:

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