O silêncio
chama a atenção. Pode impressionar. Tornar-se enigmático. Ou suspeito.
Milan
Kundera, in A Festa da Insignificância
(A terra está farta de tanta gente!
Será que a
Terra compreende os seus ocupantes ou quem se diz seu habitante faz tudo para a
ignorar?)
Inocente
humano como sou, muitas vezes dou por mim a pensar que a minha casa só tem o
espaço que (considero) essencial; sim, bem sei, tenho sempre um quarto vazio
( mas isso sou eu.
E se todos
fizéssemos o mesmo? A terra, grande planeta que nos suporta e grama, que diria?)
Eu sei,
sei muito bem – e os prestadores de serviços que nos arrebatam os orçamentos
também – o quanto custa (por mais pequeno que seja) manter com dignidade em espaços
pequenos como o meu torrão.
A Terra
está farta de tanta gente, não está?
Como a compreendo!
E então quando, pensando que podemos estar em paz e sossego, temos que
gramar com centenas (serão milhares) de tipos sem escrúpulos que inundam o espaço
baixo da cidade em barulhos matadores, choro pela Terra. Desejando o seu
silêncio. Já não chegava roubar-lhe outras harmonias
Minha querida, nós vamos já a seguir. E tu recebes-nos? Iremos surdos pelo
ruido à volta ou com receio do fim que se aproxima?
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