Onde o céu da Alemanha enegrece a terra
o seu decapitado anjo procura um túmulo para o ódio.
Ingeborg Bachmann, in O Tempo Aprazado
1. Comecemos pelo jornal Público. E pelo seu olhar em editorial da última sexta-feira: «as palavras de [Jena-Claude] Junker parecem encaixar que nem uma luva na mensagem do Syriza: “não negociaremos o orgulho e a dignidade do nosso povo”, disse Alexis Tsipras na semana passada no parlamento».
2. Olhemos agora para o que Henrique Monteiro (Expresso, 15.02.21) escreve sobre a forma como a Europa faz de conta que é uma realidade democrática: “na Europa, seja Schäubler seja Varoufakis, seja Maria Luís ou Moscovici nenhum tem uma alternativa boa. Discutindo o mal menor, já perdemos liberdade”.
3. Pensemos então, agora e com muita calma e ponderação, por favor!, no que Pedro Santos Guerreiro (Expresso, 15.02.21) sublinha: “a declaração política de Junker sobre a dignidade dos gregos, portugueses e irlandeses é uma bomba contra Passos Coelho e Maria Luís, que embaraçosamente (mas não embaraçadamente) foi esta semana sentada ao lado de Wolfang Schäubler para se mostrar como um produto português made in Germany.
4. Perguntemo-nos, então e agora, por favor com toda a ponderação, serenidade e com a razão sobrepondo-se à emoção: que merda de povo somos nós, portugueses?
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