quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Conhecedor de intrigas

Como tudo é vão! Arrasa uma cidade,
ergue-te do pó dessa cidade
assume um cargo e finge para evitares expor-te.
Ingeborg Bachmann, in O Tempo Aprazado
Li, já foi há uns dias (já é do passado dia 10) uma notícia no jornal Público que me fez pensar que, às vezes (muitas vezes, afinal) nem tudo o que parece é. Li que a câmara de Braga “paga seis mil euros em consultas de dentistas por ano a famílias carenciadas”.
Ui!
Ao ler isto pensei: caramba! Guimarães tem que fazer algo parecido, não é? Isto parece extraordinário.
Não?
Não, não e não.
Trata-se de uma iniciativa que envolve uma clinica privada onde – leia-se com toda a atenção – “o acesso ao serviço não será generalizado a toda a população”.
Repita-se para que não reste nenhuma dúvida: nem todos os bracarenses com dificuldades poderão usufruir de consultas para tratar dos seus dentes.

Há pormenores que, não se estando atento, fazem a diferença. E a forma como se vende coisas ao desbarato para iludir está na moda. Cuidado!

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