Não gostei
nada do ano que acabou de morrer. Então quando recordo matanças (de sonhos,
principalmente) que levaram para longe tantos amigos meus, mas principalmente
dos meus filhos – uma geração esmagada por um governo cego – tenho uma vontade
enorme de perder a memória recente.
Porque não
sou só eu que me sinto violentado nos sonhos de voantes de futuro recordo, como
memória, pois claro!, o que outros dizem do que foi o ano enterrado ontem:
1. O ano
que parte não deixa saudades na nossa vida coletiva. Ao longo de 2014 vimos
partir a troika, é certo, mas continuamos a protestar contra o aumento de
impostos e do desemprego.
Nuno
Azinheira, noticias TV, 14.12.26
2. Usando
a teoria de Nassim Taleb, 2014 foi o ano dos cisnes negros. Todos altamente
improváveis, com um enorme impacto, e alvo das mais diversas teorias que tentam
mostrar que afinal eram previsíveis.
João
Vieira Pereira, Expresso (Economia) 14.12.27
E porquê
esta desilusão e estas palavras?
Ora porque
“durante três anos, o Governo ignorou todas as críticas da oposição – acusada
de pretender impedir a regeneração do país e a recondução da economia à senda
do crescimento e da prosperidade geral – e até se insurgiu contra o Tribunal
Constitucional por não aceitar submeter-se ao interesse soberano dos “nossos”
credores providenciais”.
Pedro
Bacelar de Vasconcelos, Jornal de Noticias, 14.12.26
Ou seja,
“a verdade é que o país de que Passos Coelho falou há dois dias só mudou assim
tanto aos seus olhos, no seu Excel”.
Sílvia de Oliveira,
Dinheiro Vivo, 14.12.27
Votos de
um 2015 mais saudável. Sem esmagamento de sonhos.
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