quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Saudades de 2014?

Não gostei nada do ano que acabou de morrer. Então quando recordo matanças (de sonhos, principalmente) que levaram para longe tantos amigos meus, mas principalmente dos meus filhos – uma geração esmagada por um governo cego – tenho uma vontade enorme de perder a memória recente.
Porque não sou só eu que me sinto violentado nos sonhos de voantes de futuro recordo, como memória, pois claro!, o que outros dizem do que foi o ano enterrado ontem:

1. O ano que parte não deixa saudades na nossa vida coletiva. Ao longo de 2014 vimos partir a troika, é certo, mas continuamos a protestar contra o aumento de impostos e do desemprego.
Nuno Azinheira, noticias TV, 14.12.26
2. Usando a teoria de Nassim Taleb, 2014 foi o ano dos cisnes negros. Todos altamente improváveis, com um enorme impacto, e alvo das mais diversas teorias que tentam mostrar que afinal eram previsíveis.
João Vieira Pereira, Expresso (Economia) 14.12.27
E porquê esta desilusão e estas palavras?
Ora porque “durante três anos, o Governo ignorou todas as críticas da oposição – acusada de pretender impedir a regeneração do país e a recondução da economia à senda do crescimento e da prosperidade geral – e até se insurgiu contra o Tribunal Constitucional por não aceitar submeter-se ao interesse soberano dos “nossos” credores providenciais”.
Pedro Bacelar de Vasconcelos, Jornal de Noticias, 14.12.26

Ou seja, “a verdade é que o país de que Passos Coelho falou há dois dias só mudou assim tanto aos seus olhos, no seu Excel”.
Sílvia de Oliveira, Dinheiro Vivo, 14.12.27


Votos de um 2015 mais saudável. Sem esmagamento de sonhos.

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