1. Tentando esquecer que dois antónios se digladiam neste momento pelo controlo do PS (se é que se pode ignorar a falta de princípios de quem entra pela porta traseira, depois de ter andado escondido na sombra, para apunhalar quem lutou diária e intensamente para manter os cacos do socratismo) leio em “Inteligência Económica” (14.06.18) que “a guerra Costa-Seguro pode tornar-se um fator de aceleração de fragmentação do sistema partidário e eleitoral que as autárquicas tinham anunciado e estas europeias confirmaram de forma clara”.
Acredito que nada será como dantes. E se o que está a acontecer no (ainda) maior partido português der um safanão na tibieza com que alguns políticos e seus seguidores encaram a vida partidária, então não se perde tudo.
2. Aquilo que Pedro Braz Teixeira escreve no Jornal de Negócios (14.06.19) é sério. Altamente preocupante para quem se habitou a ver no PS uma alternativa credível, forte e séria aos governos de direita em Portugal.
O articulista afirma: “António Costa iniciou a sua candidatura à liderança do PS da pior forma possível. Começou por revelar uma estranha ignorância dos estatutos do PS e, muito pior do que isso, uma profunda inconsciência da sua ignorância. Pior do que políticos ignorantes, só mesmo políticos inconscientes desse facto, que dispensam os conselhos de quem sabe. É de esperar os maiores estragos deste tipo de políticos”. Essa é que é a questão fundamental.
3. Sem querer viver a ideia de o PS se tornar num novo PASOK, muito embora o já tenha escrito (o fim é o fim), volto ao texto de “Inteligência Económica”: Seguro se for para o terreno ouvir e falar (por esta ordem) com as pessoas, deixar a sua emoção soltar-se e indignar-se com o que merece a sua indignação (…) conquista definitivamente o PS, impõe a modernização do sistema e garante um lugar na história da politica portuguesa do principio do primeiro quartel do século XXI”.
Esta tarde vi Seguro no terreno. A ouvir as pessoas e a falar com as pessoas. E a sua indignação agarrou a sala em Moreira de Cónegos.
4. Acredito que António José Seguro, aconteça o que acontecer, tem o seu lugar na história da democracia portuguesa. No PS já o conseguiu.
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