Há semanas em que os fazedores de opinião do meu país me deixam taciturno. Outras em que ao ler as palavras destes mesmos opininadores, considero que é preciso coragem para afirmar em letra de forma o que todos sentimos.
Neste fim de semana registo duas opiniões prontinhas a tirar o sono. A minha, pelo menos. A primeira, de Henrique Monteiro (Expresso, 14.02.01) e à laia de introdução para as dores que nos violentam cada vez mais – “há muito que a sociedade moderna se preocupa com as aparências e pouco com as essências” – leva-nos para a triste e profundamente verdadeira espuma (é mais agitação, não é?) dos dias que nos esmagam em terras lusas.
A outra, de Manuel Carvalho da Silva (Jornal de Noticias, 14.02.01) mostra-nos o óbvio (para quem sofre), a infeliz certeza de que quem nos governa nos mata a cada momento, ainda que, tantas e tantas vezes com sorrisos filhos da mãe. “a pobreza não paga a dívida. Mas o povo português, aprisionado na armadilha da dívida, continuará a empobrecer e a ter menos liberdade, democracia e soberania”. Este retrato de Carvalho da Silva é tão certeiro que assusta. Não tira só o sono.
Que país este em que nos querem fazer acreditar?
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