segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Jardins da alma


 

Os curtumes, imagem de marca, os surradores que moravam ali quando subiam à cidade toda a gente sabia onde moravam; o cheiro era tal entranhado por causa do tratamento usado; havia por ali muitas pombas para o tratamento dos couros.

António Amaro das Neves, enquanto moderador na conversa O Teatro Jordão e o Bairro C no Centro do Futuro da Cidade 20.11.29

A cidade está a acordar?

É cedo. O sol espreita.

Não tivemos todos avós republicanos? Aqui, pelo menos, na parte baixa da cidade onde os curtumes malcheirosos, o rio pestilento e as casas sobre o curso das águas se fez notar durante tantos e tantos tempos, toda a gente é republicana. Lá em cima, depois do jardim mais central não sei. Talvez nem toda a gente esteja contra o rei.

Não sei, não senhor! Pelo menos junto ao pano da muralha onde se lê: aqui nasceu Portugal, diz o povo que é tudo mais monárquico.

 

O profundo da nossa rua é um dos recantos mais solenes da nossa cidade.

Belas paisagens em redor da cidade?

Sei, apenas, que amo as ruas inclinadas que povoam os fins de tarde da nossa cidade! O silêncio é muito mais belo e seguro; os olhares são mais discretos. Quase evasivos.

Nem mais! E as ruas ficam muito mais sedentas de nós.

 

A porta de casa é um ótimo espaço para o nosso passeio. Já não há cidades que apeteçam?

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