Os curtumes, imagem de marca, os surradores que moravam ali quando subiam à cidade toda a gente sabia onde moravam; o cheiro era tal entranhado por causa do tratamento usado; havia por ali muitas pombas para o tratamento dos couros.
António Amaro das Neves, enquanto moderador na conversa O Teatro Jordão e o Bairro C no Centro do Futuro da Cidade 20.11.29
A cidade está a acordar?
É cedo. O sol espreita.
Não tivemos
todos avós republicanos? Aqui, pelo menos, na parte baixa da cidade onde os
curtumes malcheirosos, o rio pestilento e as casas sobre o curso das águas se
fez notar durante tantos e tantos tempos, toda a gente é republicana. Lá em
cima, depois do jardim mais central não sei. Talvez nem toda a gente esteja
contra o rei.
Não sei, não
senhor! Pelo menos junto ao pano da muralha onde se lê: aqui nasceu Portugal, diz
o povo que é tudo mais monárquico.
O profundo da
nossa rua é um dos recantos mais solenes da nossa cidade.
Belas paisagens
em redor da cidade?
Sei, apenas, que
amo as ruas inclinadas que povoam os fins de tarde da nossa cidade! O silêncio
é muito mais belo e seguro; os olhares são mais discretos. Quase evasivos.
Nem mais! E as
ruas ficam muito mais sedentas de nós.
A porta de casa
é um ótimo espaço para o nosso passeio. Já não há cidades que apeteçam?
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