domingo, 4 de abril de 2021

Cabeças falantes

Estamos na cultura da pressa, um tempo de alta velocidade.

Carlos Poças Falcão, O Conquistador, 20.12.18

 

1. Tenho pela obra literária de José Saramago um carinho enorme.

Há livros que são referência. Neles incluo, por razões diferentes, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Levantado do chão ou Memorial do Convento.

Mas (toda) a sua obra é fora de série.

 

2. Num destes dias, imediatamente a seguir à releitura 1984, de George Orwell (as notas de leitura estão no mesmo bloco) peguei em 1993, de José Saramago, que nunca tinha lido e dei por mim a comparar as duas maravilhas.

Há alguma relação entre 1984, de George Orwell, um texto de 1949, e 1993, de José Saramago, de 1975?

 

3. Há uma cidade sitiada, em 1993 e mulheres presas e violadas e perseguições e contagem de habitantes.

Sendo certo que 1993 se integra na obra poética de José Saramago, para além de parecer existir um caminhar em direção aos grandes textos e narrativas que fizeram de Saramago Nobel da Literatura, podemos colocar em discussão com 1984?

A primeira contagem é feita pelos ratos a segunda pelas cobras a terceira pelas aranhas” ou “foi instituído o olhar da vigilância individual o olho que não dorme nunca” ou ainda “graças ao desaparecimento dos termómetros as crianças puderam muitas vezes pela primeira vez sentir a frescura das mãos do pai ou da mãe sobre a testa quente”, são afirmações que podiam ser lidas nossa dois livros, não podiam?

 

4. Ah!, só por mera curiosidade: e comparações com a quinta dos animais?

 

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