Estamos na cultura da pressa, um tempo de alta velocidade.
Carlos Poças Falcão, O Conquistador, 20.12.18
1. Tenho pela obra literária de José Saramago um carinho enorme.
Há livros que
são referência. Neles incluo, por razões diferentes, O Evangelho Segundo Jesus Cristo,
Levantado
do chão ou Memorial do Convento.
Mas (toda) a sua
obra é fora de série.
2.
Num destes dias, imediatamente a seguir à releitura 1984, de George Orwell (as
notas de leitura estão no mesmo bloco) peguei em 1993, de José Saramago,
que nunca tinha lido e dei por mim a comparar as duas maravilhas.
Há alguma
relação entre 1984, de George
Orwell, um texto de 1949, e 1993, de José Saramago, de 1975?
3. Há uma
cidade sitiada, em 1993
e mulheres presas e violadas e perseguições e contagem de habitantes.
Sendo certo que 1993 se integra na obra poética de José
Saramago, para além de parecer existir um caminhar em direção aos grandes
textos e narrativas que fizeram de Saramago Nobel da Literatura, podemos
colocar em discussão com 1984?
“A primeira contagem é feita pelos ratos a segunda pelas cobras a
terceira pelas aranhas” ou “foi instituído o olhar da vigilância
individual o olho que não dorme nunca” ou ainda “graças ao desaparecimento dos
termómetros as crianças puderam muitas vezes pela primeira vez sentir a
frescura das mãos do pai ou da mãe sobre a testa quente”, são
afirmações que podiam ser lidas nossa dois livros, não podiam?
4. Ah!, só por mera curiosidade: e comparações com a quinta
dos animais?
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