domingo, 12 de julho de 2020

A vida num canudo

A pandemia tornou evidente o quanto precisamos de espaços de respiração e de vida.
Luísa Schmidt, Expresso, 20.05.30

Os tempos, sabemos muito bem; por mais folclore de muitos que começaram a fazer de conta de que, não só “vai ficar tudo bem”, como já está tudo bem, estão tramados. Importa, desde logo trazer estas palavras de António Roma Torres (Ípsilon, 20.06.05) – nestes dias em que a Terra ensaia voltar a mover-se não há como não nos confrontarmos com o nosso próprio pensamento até porque o mais político vírus nos continua a ameaçar nosso nos movimentos gregários.
E porquê? Basta prestar atenção às palavras, sempre sensatas de Tolentino de Mendonça (Rádio Renascença, 20.06.11): não podemos olhar para a pandemia como mais uma mudança que nos aconteceu. Não. É uma mudança de tempo. Nós estamos numa mudança de época.
E nós humanos convencidos de que tudo o que nos rodeia é nosso, sempre foi e só temos que aproveitar, destruindo e matando, estamos prontos a aceitar o devir?
Vamos devagar!
José Gameiro (E, 20.06.20) escreve que ao confinarmos uma grande parte da população, tentamos condicionar o futuro. António Guerreiro (Ípsilon, 20.06.26) diz que submetidos a uma experiência nova, começamos a ver configuração no nosso quotidiano, tanto na vida privada como na vida coletiva.
Os tempos, sabemos muito bem, são tremendos!

Mas continuamos a dormir na forma à espera do fim, não é?

Sem comentários:

Olhando a cidade IV

Estudos mostram que os mais novos saem menos ao ar livre do que um prisioneiro , pois andam menos de uma hora, e até os prisioneiros têm dir...