A pandemia tornou evidente o quanto precisamos de espaços de respiração e de vida.
Luísa Schmidt, Expresso, 20.05.30
Os tempos,
sabemos muito bem; por mais folclore de muitos que começaram a fazer de conta
de que, não só “vai ficar tudo bem”,
como já está tudo bem, estão tramados. Importa, desde logo trazer estas
palavras de António Roma Torres (Ípsilon, 20.06.05) – nestes
dias em que a Terra ensaia voltar a mover-se não há como não nos confrontarmos
com o nosso próprio pensamento até porque o mais político vírus nos continua a
ameaçar nosso nos movimentos gregários.
E porquê? Basta
prestar atenção às palavras, sempre sensatas de Tolentino de Mendonça (Rádio
Renascença, 20.06.11): não podemos olhar para a pandemia como mais uma mudança que
nos aconteceu. Não. É uma mudança de tempo. Nós estamos numa mudança de época.
E nós humanos
convencidos de que tudo o que nos rodeia é nosso, sempre foi e só temos que
aproveitar, destruindo e matando, estamos prontos a aceitar o devir?
Vamos devagar!
José Gameiro (E,
20.06.20) escreve que ao confinarmos uma grande parte da
população, tentamos condicionar o futuro. António Guerreiro (Ípsilon,
20.06.26) diz que submetidos a uma experiência nova, começamos a ver configuração no
nosso quotidiano, tanto na vida privada como na vida coletiva.
Os tempos,
sabemos muito bem, são tremendos!
Mas continuamos
a dormir na forma à espera do fim, não é?
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