quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Retrato de uma depressão

A mentira e a denegação são os dois recursos tradicionais do discurso politico.
António Guerreiro, Ípsilon, 15.09.18
1. João Silvestre, na rubrica Altos e Baixos do Expresso (Economia) escreve que António Costa (a descer), ao “cortar 1.000 milhões durante quatro anos em prestações sociais, é demasiado relevante para não ser explicado antes das eleições”. Pois é, mas o senhor não sabe como explicar.

2. Ao ler estas palavras de João Silvestre vêm-me à cabeça este maravilhoso naco de prosa de João Adelino de Faria (Dinheiro Vivo, 15.0919): “Novo e arrojado em comunicação política seria, desta vez, ver um político a assumir os erros e as omissões da sua família partidária”. Pois! E como sossegara, de seguida, todos os compadres, comadresajudantes de campo e transportadores de ilusões?

3. Pedro Santos Guerreiro (Expresso, 15.09.19) mata, de vez, e espera-se que definitivamente, a falta de classe de Pedro Passos Coelho e António Costa. Olhe-se; mas com toda a atenção, ou seja, olhe-se mesmo para esta afirmação: “diz-se a palavra plafonamento para que não se perceba. Omite-se o buraco de 600 milhões para que não se compreenda, PSD e PS não estão amnésicos. Usam analgésicos. O resto virá depois”.

4. Há quem, sendo o assunto Portugal, se lembre de Eça. É natural, embora injusto para Camilo, prolífico retratista capaz de nos descobrir os dotes mais solapados. Para quando o retrato dos ridículos delfins de agora?, escreve Ana Cristina Leonardo a revista E, 15.09.19. O título – à espera do infante – é fabuloso, cara Ana Cristina Leonardo!

5. Em suma, quer seja o senhor Costa – que , ao “cortar 1.000 milhões durante quatro anos em prestações sociais, é demasiado relevante para não ser explicado antes das eleições” –, quer ser a falta de classe de Pedro e António, é urgente o retrato dos ridículos delfins de agora. Ou não?
Ai Portugal, Portugal!

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