domingo, 23 de agosto de 2015

País decadente; nação perdida

Por cá, a política parece particularmente empenhada em cultivar a sua própria insignificância. (…) Não se discutem propostas eleitorais uns por inabilidade em as apresentar, outros porque fogem a discuti-las.
Afonso Camões, editorial, Jornal de Noticias, 15.08.23
foto: diariodigital.sapo.pt
Desde há muito que me habituei a ler com toda a atenção o que Henrique Monteiro publica. Sigo-o; sempre atento aos seus desafios. Às vezes, sabe muito bem por que o faz, até parece iludir-nos com as suas palavras; mas, mal entramos no seu pensamento, percebemos logo onde nos leva.
É o caso do seu texto na edição (em papel) do semanário Expresso de ontem: “na travessia do deserto, durante 40 anos, Moisés acenou com a Terra Prometida. Nunca a viu. Temo que esta nova religião da Economia, dos gráficos, das estatísticas e dos números prometidos seja, também, uma terra que jamais veremos em vida.”

Claro que – pelo meio, pelas travessias violentas que vão desfazendo Portugal, Sandra Monteiro (Le Monde diplomatique, agosto 2015) – “depois de retirar cada vez mais poder de compra aos atuais pensionistas e de abandonar à lei da selva grande parte dos que excluiu da proteção social (a começar por metade dos desempregados), a coligação no Governo entende ser a altura de dizer o mínimo possível sobre os próximos cortes a infligir aos pensionistas atuais” – sabe muito bem onde pôs o seu dedo.

E não é que o meu conterrâneo José Machado também!
Reparemos nas palavras do cabeça de lista do PCTP/MRPP, na entrega da lista distrital de Braga daquele partido: “É um crime que se está a cometer contra o futuro de Portugal gastar milhões de euros no futuro dos nossos jovens, para os oferecer de mão beijada aos outros países que os acolhem.”

Pois é! Saberemos nós portugueses (esmagados pela estúpida acção de um governo que não o é, antes voz do dono que berra de Bruxelas) dar a resposta conveniente a gente sem escrúpulos e sem respeito pelas pessoas?

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