domingo, 16 de agosto de 2015

em mar aberto

venho de longe; caminho pesado, pés gastos. caminho em sossego
em frente o mar. onde se desenham os segredos mais intensos
das algas. uma multidão, verde acastanhada, perde-se na areia: divindade
marinha que nunca se esquece. imagem de palavras quentes; beijinhos
entre elas não há caminhantes a fazer perguntas! nem criadores
das tempestades de desassossego. as algas morrem
secarão longe; dando vida noutros lugares. húmidos

venho de longe; caminho pesado, pés gastos
porque hei de endeusar a imagem provocada se a serenidade
das algas está ali, o mar entregando (de mão beijada) à areia húmida
todos os encantos? curadores de almas, prontas a criar outras almas
que musicalidade cruza o fim de tarde!
imagem sem palavras. só o sopro cronista com palavras contentes

hoje fico um pouco mais velho – e o que será a velhice?
continuo com a mão presa na imagem de palavras quentes. e nas algas

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