Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem
daquilo a que pertencem, nem veem só a multidão de que
são, senão também os grandes espaços que há ao lado.
Fernando
Pessoa, in Livro do Desassossego
1. Tive a oportunidade
de participar – pouco; muito menos do que gostava – nos debates sobre o futuro de Guimarães que a Associação de Socorros Mútuos Artística
Vimaranense (ASMAV) tem levado a cabo.
Felizmente
que no meu primeiro dia de trabalho logo após as férias deste ano, pude escutar
Cândido Capela Dias.
É sempre
um prazer ouvir o antigo deputado (por pouco tempo; infelizmente) e antigo
vereador na câmara de Guimarães.
2. Cândido
estruturou uma intervenção que obriga a pensar. Desde logo porque no futuro de
Guimarães haverá nuvens negras nascidas nas ousadas realidades do presente.
Sim! Não é só a falta de uma ideia seriamente coerente no turismo – com a
descarga de turistas que dormem no Porto e descem a colina sagrada até ao
centro histórico e se vão embora sem sentir a cidade, as pessoas e outras
realidades, é a forma como cada vez mais se compram pacotes de noites brancas,
se enchem espaços com feiras medievais – neste particular, pessoalmente, considero a feira afonsina um pouco diferente da maioria das feiras medievais
que por aí proliferam; pela identidade e pela obrigação de ter elementos
identificadores da história de Guimarães.
3. O que o
também membro da assembleia de Caldas das Taipas abordou na ASMAV é algo que nos tem que tira da apatia dos dias.
Ah! O
futuro de Guimarães também passa por opções do passado que nem sempre auguram boas novas. E Cândido não esquece opções de planeamento que hoje têm peso nas
decisões políticas municipais.
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