quarta-feira, 29 de julho de 2015

Apagar ligações

Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem veem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado.
Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego
1. Tive a oportunidade de participar – pouco; muito menos do que gostava – nos debates sobre o futuro de Guimarães que a Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense (ASMAV) tem levado a cabo.
Felizmente que no meu primeiro dia de trabalho logo após as férias deste ano, pude escutar Cândido Capela Dias.
É sempre um prazer ouvir o antigo deputado (por pouco tempo; infelizmente) e antigo vereador na câmara de Guimarães.

2. Cândido estruturou uma intervenção que obriga a pensar. Desde logo porque no futuro de Guimarães haverá nuvens negras nascidas nas ousadas realidades do presente. Sim! Não é só a falta de uma ideia seriamente coerente no turismo – com a descarga de turistas que dormem no Porto e descem a colina sagrada até ao centro histórico e se vão embora sem sentir a cidade, as pessoas e outras realidades, é a forma como cada vez mais se compram pacotes de noites brancas, se enchem espaços com feiras medievais – neste particular, pessoalmente, considero a feira afonsina um pouco diferente da maioria das feiras medievais que por aí proliferam; pela identidade e pela obrigação de ter elementos identificadores da história de Guimarães.

3. O que o também membro da assembleia de Caldas das Taipas abordou na ASMAV é algo que nos tem que tira da apatia dos dias.
Ah! O futuro de Guimarães também passa por opções do passado que nem sempre auguram boas novas. E Cândido não esquece opções de planeamento que hoje têm peso nas decisões políticas municipais.

4. Em suma, não só a ASMAV, mostra vitalidade na forma como olha para o futuro e promove a discussão, como a CDU – foi esta coligação que ali esteve, como vincou mais do que uma vez, Cândido Capela Dias – mostrou (mais uma vez) que tem ideias muito claras para Guimarães.

Sem comentários:

Olhando a cidade V

Fizemos cidades muito hostis para as crianças. Sónia Lavadinho, consultora em mobilidade e desenvolvimento territorial, Visão , 24.11.14