domingo, 28 de junho de 2015

Dói-me a alma; agora não direi mais nada

A vida fica muito ruim sem caipirinha.
Dilma Rousseff (falando numa visita oficial ao México), E, 15.06.06
foto: flickr.com
1. Os presbíteros, tal como qualquer ser humano, na velhice ficarão caquéticos e, quiçá, imobilizados nos sítios onde se julgaram (durante demasiado tempo) deuses. É da vida; não é das religiões.
Não se percebe, pois, a fanfarronice e o estrondo com que rebentam (alguns) foguetes como quem bebe um copo de água. Sempre nos sítios onde presbíteros presunçosos consideram (e berram) dominar o território. Como se por ali houvesse zonas de marcação para caças malévolas. E, então no início (e no fim) do mês de maio! O ribombar, ao fim do dia; quando a noite já rouba a luz, mesmo a mais divinal!, é tremendo.

2. Eles sabem, mesmo que as suas barrigas estejam prontas a estourar – seja de vaidade, seja de outras coisas que só eles conhecem – que a vida é efémera. Mas, sabe-se lá porquê, teimam em fazer festanças que entopem as normalidades dos dias, desviam a regular regularidade da rotina das pessoas; enfim, gostam de complicar. Seja no trânsito, seja no ruído, seja no exagero das palavras. Que mania!

3. Mas eles gostam. São sacerdotes feitos em tempos vazios; sem sentido prático. Regados a sabores adocicados e distantes. Sabores que se perdem no tempo; felizmente!

4. Amanhã a sua alma estará nas mãos, como todos os humanos, doutros seres humanos solidários com os que sofrem. E esse tempo (já) não demora a chegar. Por mais foguetes que os presbíteros façam estoirar!
A luz, essa, nunca entrou em janelas fechadas, escondidas ou por limpar.
E não é que estamos mesmo no ano da Luz?

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