Existem muitos autarcas e candidatos a autarcas que gostam de encher a boca com a palavra “estratégia” para adjetivarem positivamente as suas intervenções; é que assim influenciam o entendimento que os ouvintes devem ter do seu discurso.
Manuel Ribeiro, Reflexo, abril 2015
Ao ler esta prosa forte, intensa e extraordinariamente próxima de chegar às proximidades de perfeição (lembro que – em ano da luz – é importante olhar para Vladimir Naboskov: “o lenço baloiça sobre o abismo, e o senso diz-nos que a nossa existência não é mais que um breve espasmo de luz entre duas eternidades de escuridão”) – sinto uma vontade intensamente profunda de escrever que nem todos os candidatos a autarcas (ou autarcas) sabem o que é “estratégia”, mas não digo.
Digo, apenas, que não falta quem goste de saltar da cadeira no meio do povo para dizer que sabe falar. E fala, fala, e fala e nada diz. O povo baixa a cabeça e pergunta: quem é este artista? E mexe-se na cadeira. Muda o cotovelo e volta a dormir.
Ah! Estamos no ano da luz!
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