A
globalização e a sociedade internacional precisam de regras, e as ideias
progressistas de uma nova intensidade, tendo como preocupação as pessoas.
António
José Seguro, in Compromissos para o Futuro
Há texto
da investigadora no Centro de Intervenção e Estudos em Sociologia do Instituto
Universitário de Lisboa (ISCTE), Liliana Pacheco, que deveria ser de
leitura obrigatória para quem faz do jornalismo profissão.
Este texto
– o lado sombrio do jornalismo está cada vez mais exposto – publicado na
edição portuguesa de fevereiro do le Monde Diplomatique, não aborda só
a “precaridade e a intermitência laboral”, mas valoriza a “progressiva
proletarização e desprofissionalização do jornalismo”, o que – para alguns – podendo
parecer de pouca importância, passa pelo cerne do que é ser jornalista nos dias
que correm.
Haverá
quem nunca tendo pensado um instante que seja ouse dizer que os jornalistas são
uns tipos que dão jeito. Outros, como sublinha a investigadora vimaranense –
sim a Liliana Pacheco é nascida e criada na cidade-berço –, vincarão que por “a
profissão se revestir de um estatuto cultural único, situando-se (e aos
jornalistas) no centro de vida pública e no debate politico”. O que é
inteiramente verdade. Infelizmente – muito bem sublinhado por Liliana Pacheco –
a “desprofissionalização” traz cada vez mais pior qualidade jornalística. Está
à vista de olhos, não está?
Já nem
vale a pena falar dos tremendos erros de ortografia ou dicção, mas principalmente
na fragmentação de vontades de quem tem a obrigação de levar aos outros a
realidade. Não uma realidade; nem que seja a sua realidade (e o jornalista tem
que ter identidade) mas a Realidade.
Este
interessante trabalho – não sei (ou como se diz já em certos momentos de
descrédito: digo eu) podia estar no placard
da maioria das redações dos órgãos de comunicação em Portugal. Noutros tempos,
tínhamos o código deontológico policopiado em tudo o que era canto da redação.
Ainda mantenho a minha. Em casa.
Sem comentários:
Enviar um comentário