sexta-feira, 6 de março de 2015

Saber mudar

A globalização e a sociedade internacional precisam de regras, e as ideias progressistas de uma nova intensidade, tendo como preocupação as pessoas.
António José Seguro, in Compromissos para o Futuro
Há texto da investigadora no Centro de Intervenção e Estudos em Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Liliana Pacheco, que deveria ser de leitura obrigatória para quem faz do jornalismo profissão.

Este texto – o lado sombrio do jornalismo está cada vez mais exposto – publicado na edição portuguesa de fevereiro do le Monde Diplomatique, não aborda só a “precaridade e a intermitência laboral”, mas valoriza a “progressiva proletarização e desprofissionalização do jornalismo”, o que – para alguns – podendo parecer de pouca importância, passa pelo cerne do que é ser jornalista nos dias que correm.
Haverá quem nunca tendo pensado um instante que seja ouse dizer que os jornalistas são uns tipos que dão jeito. Outros, como sublinha a investigadora vimaranense – sim a Liliana Pacheco é nascida e criada na cidade-berço –, vincarão que por “a profissão se revestir de um estatuto cultural único, situando-se (e aos jornalistas) no centro de vida pública e no debate politico”. O que é inteiramente verdade. Infelizmente – muito bem sublinhado por Liliana Pacheco – a “desprofissionalização” traz cada vez mais pior qualidade jornalística. Está à vista de olhos, não está?

Já nem vale a pena falar dos tremendos erros de ortografia ou dicção, mas principalmente na fragmentação de vontades de quem tem a obrigação de levar aos outros a realidade. Não uma realidade; nem que seja a sua realidade (e o jornalista tem que ter identidade) mas a Realidade.

Este interessante trabalho – não sei (ou como se diz já em certos momentos de descrédito: digo eu) podia estar no placard da maioria das redações dos órgãos de comunicação em Portugal. Noutros tempos, tínhamos o código deontológico policopiado em tudo o que era canto da redação. Ainda mantenho a minha. Em casa.

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