Os
carrascos de ontem bebem a taça de ouro
até ao fim
Ingeborg
Bachmann, in O Tempo Aprazado
Ponto
prévio: em declarações à Rádio
Renascença o atual cardeal de Lisboa Manuel Clemente disse que
“Jesus Cristo deu uma ordem aos cristãos para se meterem na política que não
deve ser ignorada”.
Deu? Jesus
ou Cristo?
Cristo,
nascendo tão depois de Jesus, encontrou em acção outros interesses.
Mas Manuel
Clemente tem razão: Jesus era um homem sério, ponderado, lutador; muito além do
seu tempo. Sabia estar com os que sofriam, nunca lhes virava as costas e não
tinha medo às palavras quando se tratava de obrigar a fazer descer das árvores
os pequenos devedores. Ah! E dava pistas e indicava caminhos para destruir
reinos perigosos e vazios; enquanto anunciava um outro reino.
Este ponto
prévio, parecendo descabido (sei muito bem que o será para muitos que se
consideram ultrajados por se mexer no comodismo da sacristia) serve de
introdução às notícias – as boas noticias – que nos trazem noticias tremendas
(pela sua dimensão e consequências); noticias que nos mostram como homens bons
sempre são reconhecidos pelas pessoas de bem.
Uma delas
lia-a há pouco no Igreja Viva
(suplemento do Diário do
Minho): Papa Francisco reconhece martírio do arcebispo de El Salvador,
Oscar Romero. Um santo a considerar. Martirizado pela violência de um tempo
violento (terá nascido no tempo em que vestiram Jesus de Cristo?)
Ah! Por
falar em homens bons, nunca é demais lembrar estas palavras: “não
há absolutamente lugar no ministério para aqueles que abusam de menores”.
(carta do papa Francisco aos presidentes dos episcopados e aos superiores das
congregações religiosas)
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