Toda a
metafisica do mundo está nos chocolates, quanto da teoria estará nesta questão
que me anda a encamitar: com as crianças a deixarem de acreditar no Pai Natal
cada vez mais cedo, porque continuam os adultos a acreditar na ficção
científica?
Ana Cristina
Leonardo, atual, 14.12.13
Sabendo,
como muito bem vinca Jorge Lourenço Figueira (Ípsilon, 14.12.12), que “o teatro
português está a trocar o discurso pelos gestos, as palavras pelas ações, os
efeitos pelos afetos; de repente, fico com a ideia de que José Luís Nunes (i,
14.12.13) não tem razão quando diz que “há gente que pisa os outros para lhes
ser superior. Na verdade, faz-se ainda pior. Porque se já lá em baixo, agora
mais se nota”.
Em Portugal
há tanta gente que usa palcos para pisar esmagar! Gente que cultiva o desejo
que está por baixo da vaidade que esmaga o sonho. Em Portugal há tantos líderes
que o não são porque não prestam; cultivam a mania da superioridade que impede
de olhar o semelhante.
(Ainda não
ganhei para apagar nada da minha memória. Nem espaço para desenhar novos
futuros)
No dia em que
aquilo que quero dizer (ou o meu amigo) seja posto em causa pela estupidez de
alguns artistas feitos donos do futuro, perceberei que anda alguém a brincar com
a liberdade; como algo sério. Muito sério! Algo que não se alimenta de
metafisicas. Nem dos chocolates de natal.
No dia em
que os hipócritas que se endeusam como fazedores de futuros deixem de esmagar
os outros, como quem pisa uvas num lagar de outono, saberei que a metafisica é
mesmo a nossa realidade.
(Ainda não ganhei para apagar nada da minha memória. Nem espaço para desenhar novos futuros)
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