domingo, 28 de dezembro de 2014

Metafisica dos dias que matam

Toda a metafisica do mundo está nos chocolates, quanto da teoria estará nesta questão que me anda a encamitar: com as crianças a deixarem de acreditar no Pai Natal cada vez mais cedo, porque continuam os adultos a acreditar na ficção científica?
Ana Cristina Leonardo, atual, 14.12.13
Sabendo, como muito bem vinca Jorge Lourenço Figueira (Ípsilon, 14.12.12), que “o teatro português está a trocar o discurso pelos gestos, as palavras pelas ações, os efeitos pelos afetos; de repente, fico com a ideia de que José Luís Nunes (i, 14.12.13) não tem razão quando diz que “há gente que pisa os outros para lhes ser superior. Na verdade, faz-se ainda pior. Porque se já lá em baixo, agora mais se nota”.
Em Portugal há tanta gente que usa palcos para pisar esmagar! Gente que cultiva o desejo que está por baixo da vaidade que esmaga o sonho. Em Portugal há tantos líderes que o não são porque não prestam; cultivam a mania da superioridade que impede de olhar o semelhante.

(Ainda não ganhei para apagar nada da minha memória. Nem espaço para desenhar novos futuros)

No dia em que aquilo que quero dizer (ou o meu amigo) seja posto em causa pela estupidez de alguns artistas feitos donos do futuro, perceberei que anda alguém a brincar com a liberdade; como algo sério. Muito sério! Algo que não se alimenta de metafisicas. Nem dos chocolates de natal.

No dia em que os hipócritas que se endeusam como fazedores de futuros deixem de esmagar os outros, como quem pisa uvas num lagar de outono, saberei que a metafisica é mesmo a nossa realidade.

(Ainda não ganhei para apagar nada da minha memória. Nem espaço para desenhar novos futuros)

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Olhando a cidade V

Fizemos cidades muito hostis para as crianças. Sónia Lavadinho, consultora em mobilidade e desenvolvimento territorial, Visão , 24.11.14